Cidades

Novo jeito de morar, velho jeito de viver

Aliar segurança, área verde e opções de esporte e lazer ao conforto de morar e construir uma casa do modo como você sempre sonhou é um dos grandes atrativos que levam famílias a comprarem terrenos em condomínios horizontais de alto padrão nas grandes cidades do Brasil. E em Cuiabá não é diferente.

Os condomínios se assemelham a grandes bairros de cidades do exterior e atraem, principalmente, famílias com filhos jovens. Os empreendimentos têm de 400 a 900 lotes, de 400m² em média. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande (Secovi), Marco Pessoz, a qualidade de vida que esse tipo de empreendimento proporciona é o que leva o consumidor a adquirir um loteamento ou imóvel.

“O desejo da maioria é ter a liberdade de uma casa e viver como os avós viviam: portas abertas, bicicleta na rua, caminhar… Coisas que hoje não é mais possível fazer. Você se blinda dentro de casa. A infraestrutura que é oferecida também é um dos atrativos. É como estar dentro de um clube, e você ter todo o conforto para atividades dentro do ambiente onde mora, por um preço acessível”, conta.

Para ter uma casa dentro de um condomínio horizontal de luxo, o consumidor precisará desembolsar em média R$ 700mil, entre o valor do lote e construção do imóvel. Em contrapartida, um apartamento com o mesmo padrão e área, custará 40% a mais, segundo Pessoz. Outro gerador de custos é a taxa de condomínio. Como possui muitas residências, a taxa dos empreendimentos horizontais de luxo é mais baixa que o de apartamentos, em média R$600 em Cuiabá.

A quarta maior cidade de Mato Grosso, Sinop, também está com o mercado aquecido para esse tipo de empreendimento. “Carpe Diem”, lançado em abril de 2014, é o condomínio horizontal com ares de Resort, já 100% comercializado para a população. Além das ocupações normalmente disponibilizadas em condomínios, tem ainda serviços oferecidos por parques aquáticos. 

De acordo com o gestor de comunicação e mercado da JMD – empresa responsável pelo empreendimento – Paulo Paroli, esse padrão de residencial é uma tendência e está sendo implantado também na cidade de Alta Floresta, norte do Estado. “As pessoas têm liberdade de comprar um lote e construir uma casa conforme seu desejo. Tem terreno amplo, mais espaço de área comum que oferece serviços de Resort. O Carpe Diem, por exemplo, tem sete hectares de área comum”.

Em tempos de resseção econômica, o presidente do Secovi garante que esse é o momento em que consumidor pode comprar imóveis com preços menores. “Há dois anos havia imóveis sobrando, e as construtoras estavam menos sucessíveis a negociação. Hoje, o poder de barganha do cliente é muito grande. Se nós analisarmos o preço da tabela da construtora, e o preço que o mercado pede hoje, nota-se uma defasagem de 30% a 40%”, revela.

DESVANTAGENS – Um dos empecilhos de se morar em condomínios horizontais é a distância em que se encontram. Normalmente localizados em regiões periféricas da cidade, até mesmo por conta do espaço necessário, já não disponível no centro e bairros próximos ao centro. Há ainda a desvantagem de serem condomínios de loteamento, o que traz a possibilidade de o consumidor construir a residência a seus moldes, mas também traz todo o desgaste emocional que uma obra acarreta. 

“Para que se tenha menos dor de cabeça com esse tipo de coisas, alguns compram a casa pronta, o que gera um custo maior. Há também o problema de falta de transporte público nesses locais e a distância entre esses residenciais e o centro da cidade”, explica Pessoz.

NOVO PÚBLICO – O mercado dos empreendimentos horizontais de luxo entrou em Cuiabá há pouco mais de 10 anos, e atualmente as construtoras pretendem alcançar um novo consumidor. Os novos lançamentos são de condomínios intermediários, para a classe “B” e “C”. “Nós tínhamos um produto para classe A, mas para a classe B e C, não. Agora foram buscar um produto para a classe B e C. Os terrenos oferecidos nesses condomínios são um pouco menor, para abranger a faixa da classe média. Essa família morará numa casa cujo custo será mais baixo, mas com as mesmas garantias de conforto e segurança que os outros”, explica Pessoz.

A ‘MORTE’ DOS CLUBES – Na década de 80 a maioria das construções de Cuiabá eram residências, e pouquíssimas com piscina em casa. Nos fins de semana havia poucas opções de lazer. Os clubes Monte Líbano, Tênis Clube, Circulo Militar e Dom Bosco eram opções para a reunião de familiares e amigos em Cuiabá.

“Os clubes supriam a carência que a cidade tinha. A sociedade cuiabana ia para os clubes, onde havia salão de festas, quadra de tênis, piscina etc. Você saía da sua casa e se reunia com parentes e amigos para se divertir ali”, relembra Pessoz. 

Nos anos 2000, a verticalização das construções trouxe para dentro das residências piscinas, campos de futebol, academias, salões de festa e tudo que antes era oferecido pelos clubes, mas, agora, com a comodidade de estar em casa.

Para Pessoz os clubes ainda vivem dos poucos serviços não oferecidos por muitos condomínios, como as quadras de tênis. 

Confira mais detalhes da reportagem no Jornal Circuito Mato Grosso

Cintia Borges

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