Foi o terceiro atentado na Rússia desde sexta-feira, quando uma explosão de um carro matou três pessoas em Pyatigorsk. Em outubro, uma mulher-bomba do Cáucaso do Norte deixou sete pessoas mortas em um ônibus em Volgogrado.
Segundo o Kremlin, Putin emitiu várias instruções a um comitê de esforços contraterrorismo para aumentar a segurança em toda a Rússia, especificamente na região de Volgogrado. Investigadores classificaram o incidente de “ato terrorista” e disseram que foi provocado por um homem-bomba:
“É possível dizer preliminarmente que o dispositivo explosivo foi acionado por um homem-bomba. Os fragmentos do corpo foram recolhidos e enviados para teste genético”, informou o Comitê Investigativo federal em um comunicado.
Um repórter da agência Reuters viu o ônibus elétrico azul e branco reduzido a uma massa de ferro, com o telhado arrancado e corpos e escombros espalhados pela rua. O ataque deixou mais de 20 feridos.
– Pelo segundo dia, estamos morrendo – disse uma mulher nas proximidades, com a voz trêmula e tentando conter as lágrimas. – O que devemos fazer, apenas andar?
As explosões provocaram tensão na cidade e são uma demonstração da ameaça terrorista que a Rússia está enfrentando enquanto se prepara para sediar os Jogos de Inverno, em fevereiro. Volgogrado fica a cerca de 650 quilômetros a nordeste de Sochi, onde os jogos olímpicos serão realizados.
Em um vídeo postado na internet em julho, o líder checheno dos rebeldes que desejam instaurar um Estado islâmico no Cáucaso do Norte – uma série de províncias muçulmanas ao sul de Volgogrado – exortou os militantes a usar a “força máxima” para evitar a realização dos jogos, um projeto de prestígio de Putin.
Uma porta-voz do Comitê Olímpico Internacional, em Lausanne, na Suíça, lamentou o incidente desta segunda-feira:
– Nossas condolências a todos os afetados pelo bombardeio hoje em Volgogrado. Infelizmente, o terrorismo é um fenômeno global e nenhuma região está isenta. A segurança nos Jogos é uma prioridade para o COI. Nos Jogos Olímpicos, a segurança é responsabilidade das autoridades locais, e não temos dúvida de que as autoridades russas estarão à altura do desafio.
Fonte: O Globo