Internacional

Novo ataque a bomba mata ao menos 14 pessoas na Rússia

 
O ataque acirra os temores de que militantes islâmicos poderão tentar perturbar a Olimpíada de Inverno de Sochi, na Rússia, a ser realizada em fevereiro.
 
Investigadores suspeitam que um homem tenha cometido a explosão a bordo do ônibus elétrico, um dia depois de um ataque semelhante que matou pelo menos 17 pessoas na principal estação ferroviária da cidade, uma espécie de portal para a fatia de território russo que fica entre os mares Negro e Cáspio e as montanhas do Cáucaso.
 
Um jornalista da Reuters viu o trólebus azul e branco reduzido a um amontoado de sucata retorcida, com o teto arrancado e corpos espalhados pela rua em meio aos destroços. As vidraças de prédios próximos quebraram por causa da explosão.
 
"Pelo segundo dia estamos morrendo. É um pesadelo", disse uma mulher perto do local, com a voz trêmula e contendo as lágrimas. "O que deveríamos fazer, sair andando?"
 
Vladimir Markin, porta-voz dos investigadores, disse que a bomba usada no trólebus tinha estilhaços "idênticos" aos da bomba detonada na estação, o que indica que elas foram produzidas no mesmo local.
 
Oleg Salagai, porta-voz do Ministério da Saúde, disse que 14 pessoas morreram e 28 ficaram feridas no atentado da segunda-feira.
 
Ninguém assumiu de imediato a autoria.
No domingo, os investigadores inicialmente atribuíram a explosão na estação a uma mulher do Daguestão, reduto da militância islâmica às margens do Cáspio. Mais tarde, porém, as autoridades disseram que o autor do ataque poderia ser um homem.
 
Em outubro, uma mulher do Norte do Cáucaso se explodiu em um ônibus em Volgogrado, causando sete mortes.
 
A cidade é um símbolo da identidade nacional russa por causa da resistência ao cerco nazista na Segunda Guerra Mundial, quando ela se chamava Stalingrado.
 
Uma fonte policial disse à Reuters que o policiamento de Volgogrado -cidade com cerca de 1 milhão de habitantes, às margens do rio Volga- está reduzido porque muitos agentes foram mobilizados para a operação de segurança em Sochi.
 
Alexei Filatov, ex-integrante da força Alfa, grupo de elite para o combate ao terrorismo na Rússia, disse que mais ataques podem ser esperados até a Olimpíada, e que outras cidades do sul russo além de Sochi poderão ficar mais expostas a atentados.
 
O Comitê Olímpico Internacional (COI) manifestou condolências às vítimas e disse que "sem dúvida as autoridades russas estarão à altura da tarefa" de garantir a segurança da Olimpíada de Inverno.
 
Depois do atentado da segunda, ocorrido na hora de maior movimento matinal, o presidente Vladimir Putin determinou medidas nacionais para reforçar a segurança.
 
'Unidade'
A Rússia comparou os dois ataques suicidas aos perpetrados por militantes nos Estados Unidos, Síria e outros países e pediu solidariedade internacional na luta contra "terroristas".
 
"Nós não vamos recuar e vamos seguir com nossa luta consistente contra um inimigo insidioso que só pode ser derrotado (se agirmos) juntos", disse o Ministério de Relações Exteriores em comunicado.
 
Não foi apontado nenhum grupo específico como culpado pelos ataques, mas o comunicado diz que servem como pano de fundo as ameaças de militantes como Doku Umarov, líder de uma insurgência islamista do norte do Cáucaso que conclamou combatentes a agir para evitar que a Rússia realize os Jogos Olímpicos de Interno em fevereiro.
 
G1 Mundo

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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