Após confusão e disputa judicial, o Hospital Jardim Cuiabá já funciona sob nova direção. A troca de gestores aconteceu a partir desta sexta-feira (20) e a unidade segue normalmente com os atendimentos. No entanto, a nova diretoria já anunciou uma primeira medida tomada em relação à unidade: oito planos de saúde não serão mais aceitos.
O aviso foi feito por meio de comunicado afixado nas paredes da unidade nesta sexta-feira.
De acordo com a diretoria, é necessário que a nova empresa gestora estabeleça o convênio com as empresas de seguro saúde para que possam atender os usuários.
Segundo fonte do Circuito MT, embora o atendimento aos pacientes siga normal, o clima entre os funcionários e colaboradores ainda é de insegurança por não entenderem os próximos passos da nova gestão. Segundo a informação, nesta quinta-feira (19), um grupo fez panelaço e até corrente de oração, pedindo proteção aos envolvidos no caso.
Nas redes sociais, os funcionários chegaram a se mobilizar, pedindo que apoiassem a permanência da antiga gestora no local. Eles escreveram: “Devemos nos unir em prol do interesse comum, que é a saúde e sobrevivência da instituição Jardim Cuiabá. Vamos apoiar e lutar pela permanência da atual diretoria, dessa forma estaremos também brigando pelos nossos interesses, pelos nossos empregos e pela continuidade de um serviço tão bem prestado à sociedade”, diz trecho.
O caso
A troca de gestores da unidade foi feita por determinação da Justiça, que autorizou a rescisão contratual entre a arrendatária Importadora e Exportadora Jardim Cuiabá Ltda e a Hospital Jardim Cuiabá Ltda, que geria a unidade até ontem (19).
No pedido, eles alegaram que estariam sendo lesados pelo Hospital Jardim Cuiabá Ltda. Segundo a arrendatária, quando o contrato foi firmado, os diretores da empresa exerciam funções de diretores também na entidade arrendatária, de forma cumulativa, e teriam sido os únicos beneficiários dos contratos. Além disso, o valor de arrendamento, fixado em R$ 60 mil, não corresponderia a nem 1% do real valor da propriedade. A empresa também destacou que a arrendante não fez prestação de contas em relação à quitação de débitos da locatária.
Após recorrerem no Tribunal de Justiça, a desembargadora Clarice Claudino da Silva permitiu a rescisão contratual e determinou prazo de 30 dias para cumprimento da sentença, terminado às 23h59 desta quinta-feira.
Ao longo do processo, audiências realizadas na 7ª Vara Civel de Cuiabá não resultaram em acordo entre as empresas e diversos comentários sobre possível fechamento do hospital se espalharam, causando pânico entre os quase 600 funcionários e usuários da unidade.
Até esta quarta-feira (18), a empresa arrendatária, agora chamada de Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, não havia entregue os alvarás que permitiriam o funcionamento correto da unidade.
Mesmo com a tensão, o Conselho Regional de Medicina (CRM) informou, na quinta-feira, que está acompanhando o processo de transição dos diretores e pediu que os médicos continuassem com os atendimentos e plantões agendados.
Confira abaixo o comunicado:
“Viemos através deste, comunicar que por decisão judicial em primeiro instância, confirmada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, n.1005012-05.2017.9.11.0000, estamos assumindo a nova direção do atualmente denominado HOSPITAL JARDIM CUIABÁ, em Cuiabá – Mato Grosso, a partir desta data com nova razão social e um novo nome fantasia COMPLEXO HOSPITALAR JARDIM CUIABÁ”, diz trecho de um comunicado internado emitido pela nova administração.
Por esta razão, estamos impossibilitados de realizar atendimento aos usuários dos planos de saúde a seguir:
Amil,
Bradesco
Saúde,
Cassi,
Economy Brasil,
MT Saúde,
ServSaúde,
Saúde Caixa,
Sul América
Informamos que estamos providenciando o credenciamento junto a estes convênios para que possamos retornar os atendimentos o mais breve possível”.
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