Michel Temer fala para empresários e investidores durante almoço em Nova York (Foto: Reprodução/Twitter)
O presidente Michel Temer disse na tarde desta quarta-feira (21) a empresários e investidores em Nova York que o Brasil vive um momento de estabilidade política "extraordinária", após o que ele chamou de um período de "brevíssima instabilidade" durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff.
A fala de Temer ocorreu durante um almoço, no qual ele apresentou aos investidores pontos do pacote de concessões e privatizações anunciado pelo governo na semana passada. O encontro é uma tentativa do governo de atrair investimento para o país.
Em seu discurso, Temer ressaltou que, desde que assumiu a presidência, em maio, buscou criar uma boa relação com o Congresso. Segundo ele, isso resultou em aprovação de medidas necessárias para o governo que estavam paradas há meses. Uma dessas medidas é a Desvinculação das Receitas da União (DRU), proposta ainda por Dilma Rousseff e aprovada depois que Temer assumiu. Outros projetos considerados prioritários pelo governo Temer, como o teto para gastos públicos, ainda não foram aprovados.
"No Brasil, agora, temos uma estabilidade politica extraordinária, por causa da relação do Executivo com o Legislativo, o que dá uma segurança juridica. Lá no Brasil, o que for acordado, será cumprido", afirmou Temer.
Ainda de acordo com o presidente, o governo está "abrindo o mercado brasileiro" para combater o desemprego e buscar a recuperação da economia do país. Ele afirmou ainda que é preciso também retomara a confiança no país.
"Nós estamos abrindo o mercado, universalizando o mercado brasileiro, na convicção de que para combater o desemprego e, portanto, fazer o país crescer, você precisa incentivar indústria, o comércio, os serviços", disse o presidente.
Ele ainda fez uma crítica a governos anteriores que, segundo Temer, adotaram uma visão "segmetnada" da política externa brasileira. O presidente fez essa observação ao citar para os empresários norte-americanos que os dois países têm, juntos, uma "experiência histórica".
"Venho para convidá-los a participar dessa nova fase de crescimento do país. Ancorados na ideia, primeiro, da estabilidade política, que já se estabeleceu, segundo na segurança jurídica de todas as contratações e, terceiro, nos potenciais do mercado brasileiro. E na nossa experiência histórica, cortada de uns tempos para cá com uma visão quem sabe um pouco segmentada, um pouco parcelada das relações internacionais", afirmou Temer.
"O que estamos fazendo é universalizando as nossas relações", completou o presidente.
Reformas
Temer também falou aos investidores sobre as propostas de reforma em gestação no seu governo, entre elas a da Previdência e a trabalhista.
De acordo com o presidente, o governo está “ultimando as conversas para uma reforma radical no sistema previdenciário” brasileiro. Entre as medidas que podem ser adotadas está a criação de idade mínima para o direito à aposentadoria, tanto para homens quanto mulheres, e que deve ficar em 65 anos.
Temer afirmou aos investidores que o déficit previdenciário “tem sido uma angústia permanente” no Brasil e previu “resistências” à reforma. Entretanto, disse, o governo pretende fazer o “convencimento” sobre a necessidade de mudanças.
Sobre a reforma trabalhista, o presidente disse que a prioridade do governo será garantir que prevaleçam os acordos entre trabalhadores e empregadores nas convenções coletivas. De acordo com ele, o objetivo das mudanças será garantir empregos e também a “arrecadação” do governo.
No início de setembro, causou polêmica uma declaração do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que, durante encontro com sindicalistas em Brasília, afirmou que a proposta de reforma trabalhista que será encaminhada ao Congresso vai oficializar a carga horária diária de até 12 horas, desde que o trabalhador não exceda o limite de 48 horas semanais.
A mudança nas regras trabalhistas elaborada pelo governo Temer, informou o ministro, manterá a jornada de trabalho de 44 horas semanais, mas irá prever a possibilidade de quatro horas extras, chegando, portanto, a 48 horas na semana.
Nogueira revelou ainda que o projeto contemplará a possibilidade de contrato de trabalho por horas trabalhadas e por produtividade.
Fonte: G1