A administração da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) quer identificar o autor da mensagem homofóbica que foi pichada na porta do banheiro do restaurante da instituição, porém admite que terá dificuldade para encontrar o responsável peça ação. A alegação da instituição é que a pichação ocorreu dentro de um local privado, sem possibilidade de instalação de câmeras ou colocação de vigias, por exemplo. A frase ofensiva contra homossexuais e simpatizantes causou revolta entre estudantes e deixou a administração envergonhada, como ressalta a pró-reitora.
"Lamentamos que esse tipo de pessoa faça parte da comunidade acadêmica. Nos envergonha", afirmou Ediane Acunha ao G1 na manhã desta quinta-feira (30). A frase foi percebida na terça-feira (28), e imediatamente foi fotografada. A imagem foi publicada nas redes sociais e gerou repercução e revolta entre estudantes.
De acordo com a pró-reitora, outros casos de homofobia que ocorreram na universidade foram avaliados após denúncias e tiveram a medida mais cabível aplicada. Na própria instituição há um espaço dedicado a tratar especificamente de assuntos que envolvem wuestões de gênero.
"A gente precisa dar atenção ao caso, mas não tem como colocar alguém na porta do banheiro para cuidar se alguém vai escrever alguma coisa… Os casos de homofobia que conseguimios identificar, punimos", destacou.
Ediane Acunha acrescenta que não tem conhecimento de agressões a homossexuais dentro das dependências da universidade. Em reportagem veiculada no Bom Dia Rio Grande, da RBS TV (assista ao vídeo abaixo), um jovem que não se identifica relata que foi vítima de violência a uma quadra do restaurante universitário. "Houve casos que envolveram agressões a estudantes, mas em via pública", salientou a pró-reitora.
Os casos denunciados à reitoria, e que foram punidos, dizem respeito a publicações ofensivas em redes sociais. De acordo com Ediane, foram "poucos", e a punição aplicada a eles foi uma retratação com documento assinado e publicado na própria página onde a mensagem preconceituosa foi postada. "As pessoas que fizeram a denúncia aceitaram (a retratação)", afirmou.
A dificuldade de encontrar quem pichou a frase aumenta por ter ocorrido em um local de grande circulação diária, conforme Ediane. "São cerca de 3 mil refeições por turno no restaurante, é um fluxo muito grande".
Para casos mais graves, direcionados a uma pessoa ou generalizados, com a possibilidade de identificação dos envolvidos, a universidade abre processos disciplinares internos e pode também entrar na Justiça. O que, segundo Ediane, ainda não precisou ser feito. A quem sofre preconceito, a pró-reitora aconselha procurar a administração da universidade para ter apoio psicológico.
Na opinião dela, temas como gênero, diversidade, orientação sexual e violência contra a mulher deveriam ser incluídos nos currículos. "Todas essas questões ainda não estão inseridas no cotidiano. Nos cursos, esse tipo de temática não faz parte dos currículos", disse.
A universidade já solicitou a pintura da porta para que a frase pichada seja apagada. Casa de apostas slbetportugal.com
Fonte: G1