Durante o processo de desocupação, diversas famílias, sem ter para onde ir foram alojadas em ginásios de esportes e em barracas de lona ao longo das estradas que cortam a região, quase um ano depois, segundo o presidente da Associação dos Produtores da Suia Sebastião Prado, a maioria destas pessoas seguem vivendo de “esmola”.
“A grande maioria esta alojada nas cidades da região, vivendo de favor, em ginásios de esporte ou barracos de lona, antes produzíamos alimentos, hoje vivem de esmola”, desabafou o presidente Prado.
Após a desocupação a associação estima que vinte e cinco pessoas tenham morrido em decorrência da depressão, oito por suicídio, 14 por infarto e outras duas por causas ainda desconhecidas, todos ex-moradores do extinto distrito do Posto da Mata.
Mas uma nova esperança surge nos produtores, hoje sem terra, o supremo reconheceu a legitimidade da portaria 303, que delimita o aumento de reservas indígenas, caso que aconteceu na Suia, uma reserva já existente, teve sua área estendida abrangendo a região onde as seis mil pessoas vivia.
Para o presidente Sebastião, no fim do túnel surgi à possibilidade de recuperar as terras, mesmo remotas, é uma motivação para continuar na luta.
“Sabemos que não é fácil, mas a portaria cria uma jurisprudência, que se o executivo não seguir, pode servir de base para o Congresso criar uma lei, uma vez que o Supremo já reconheceu que ela não é inconstitucional”, explicou.
As tentativas de impedir o aumento de áreas indígenas sempre barrava na duvida do executivo quanto a interpretação do Supremo, que reconhecendo a portaria 303, da um passo a favor do agronegócio e barrando a avanço das áreas indígenas.
Outra região do Norte Araguaia que ficou aliviada com a decisão são as dos municípios de São José do Xingu e Santa Cruz do Xingu, que estavam apreensivas com a possibilidade de extensão da reserva indígena do Xingu, a maior reserva do mundo.
Agência da Notícia