Política

No Plenário, Janaina se diz humilhada e bate boca com Jajah

A deputada Janaina Riva (PMDB) e o suplente Jajah Neves (PSDB) protagonizaram embate acalorado no Plenário da Assembleia Legislativa, durante sessão na noite desta quarta-feira (17). A sessão chegou a ser encerrada, por conta do bate boca entre os parlamentares, que tiveram que ser contidos pela turma do “deixa disso”.

O desentendimento teve início quando a deputada subiu a tribuna para reclamar a falta de apoio dos deputados da base aliada ao Governo do Estado, que se recusaram a assinar o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a denúncia de interceptações telefônicas ilegais, na qual envolveria policiais militares e membros do governo Pedro Taques (PSDB).

A deputada que estaria na lista das pessoas “grampeadas” ilegalmente chegou a chorar ai afirmar que se sentia “abandonada”.

“Eu queria dizer ao senhor deputado Oscar Bezerra, que me conhece desde menina, eu nunca passei humilhação tão grande em toda a minha vida. Eu nunca fui tão humilhada por essas pessoas aqui. Aqui tem a foto da esposa do coronel Lesco, da ex-primeira dama Samira, do governador Pedro Taques, essas pessoas se utilizavam desse aparelho para ficar fazendo memes, repassando mensagens de Whatsapp que feriram os meus filhos, que feriram os meus pais e que feriram a minha família como um todo”, disse.

A Assembleia não pode me deixar sozinha nessa situação. (…) Eu tenho vários documentos que mostram a amizade que o promotor Mauro Zaque tinha com o governador. Essa amizade acabou porque ele descobriu que o governador estava nos interceptando. Tenho vários documentos que mostravam amizade que o promotor Mauro Zaque tinha com o governador. Essa amizade acabou porque ele descobriu que o Taques estava nos interceptando. E digo ‘nós’ porque eu não era a única interceptada. Eu aposto a vida dos meus filhos que vocês também estão grampeados e isso vai ser usado de chantagem com relação a vocês. A Assembleia não pode me deixar sozinha nessa situação”, completou.

“Novela mexicana”

Logo após o discurso de Janaina, Jajah categorizou o discurso e choro da deputada parecia mais com cenas de “novelas mexicanas”.

“Aqui é uma Casa de Leis que tem 24 parlamentares, cada um está fazendo a sua defesa. Não estamos aqui exibindo seriado das 8. Aqui não é Globo, não é Projac. Aqui é o Parlamento de Mato Grosso. Isso aqui está parecendo que está ligado na Globo, Não diria Globo, mas SBT, porque isso é novela mexicana”, declarou.

“Não vamos nos esconder através de sexualidade ou gênero. Claro, temos que respeitar segmentos, mas parem de usar de demagogia, de sensacionalismo para fazer desse parlamento um teatro de quinta categoria. A responsabilidade nessa tribuna é séria, é grande. Não podemos, aqui, trazer conjecturas, trazer achismos e tratar como se fosse verdade. Não podemos aqui nos esconder atrás de uma imunidade parlamentar a qual eu questiono tanto", completou.

Repasses irregulares

Na tréplica, Janaina disse que Jajah não teria moral para tecer tais críticas, ainda mais mencionando a corrupção. Em sequência, ela acusou o tucano de realizar os repasses da verba indenizatória de R$ 65 mil ao titular do mandato, o secretário de Cidades (Secid) Wilson Santos (PSDB), o que é ilegal.

“Vossa Excelência [Oscar Bezerra] acabou de ouvir uma defesa de um parlamentar que o próprio secretário falou que usava uma calcinha rosa. Corrupção não é só surrupiar dinheiro, corrupção também é receber um dinheiro como a verba indenizatória e repassar esse recurso para o deputado que é detentor do mandato. Isso é corrupção também. Tem gente que é muito macho para vir aqui na tribuna falar, mas chega ao Governo, faz um acertinho para a sua mídia e aí fica igual um gatinho miando, aceitando tudo o que vem. Deputado que pega dinheiro de governo não tem moral nenhuma para vir aqui falar de corrupção” acusou Janaina.

A deputada ainda declarou que irá denunciar o deputado. “Eu vou solicitar os repasses do Governo para esse cidadão [Jajah Neves] que falou aqui agora de corrupção, e vou denunciar ao Ministério Público isso que falei das verbas indenizatórias. Quando eu subi aqui, eu não vim para agredir ninguém, eu subi para pedir solidariedade porque só eu estou na lista dos grampeados, basta você ler o documento ou será que você é analfabeto? Leia, estude e se prepare para ser deputado estadual, porque aqui é lugar de gente inteligente e não de gente desocupada que nem voto tem para estar aqui. Eu lhe respeitei até hoje, agora você segure as calças, porque eu vou no Ministério Público e vou mostrar para Mato Grosso quem é você”.

Ao encerrar o discurso, a deputada foi em direção ao parlamentar e, com dedo em riste o chamou de “ladrão” e “bandido”. Ela precisou ser contida por outros deputados.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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