Vítima de um acidente de moto na BR-040 na noite deste domingo (18), uma mulher de 20 anos teve o atendimento negado em quatro hospitais da rede pública do Distrito Federal por falta de médicos. Na última sexta, a categoria decidiu paralisar as atividades para cobrar do GDF o pagamento de benefícios atrasados. De acordo com o Sindicato dos Médicos, apenas casos de emergências e urgências serão atendidos.
Com a vítima dentro da ambulância e sem saber para onde levá-la, o socorrista Custódio Júnior ligou para o chefe para avisá-lo sobre a situação. "Eu estou com uma vítima aqui, no Hospital de Santa Maria. Já é o quarto hospital que recusa a gente. Já falei para a doutora e ela pediu para eu estar te reportando aí", afirma.
O socorrista conta que a vítima caiu de moto e precisa ser examinada. "Queda de moto, precisando de um raio-x, só um raio-x. Tem o raio-x, mas não tem médico, aí não adianta. A gente vai ficar a noite toda com essa vítima dentro da ambulância?"
Questionada sobre a situação, a Secretaria de Saúde afirmou que não tem medido esforços para resolver a situação da saúde do DF e que o trabalho está concentrado principalmente no levantamento e análise dos contratos firmados para prestação de serviços como limpeza de hospitais, alimentação e abastecimento de materiais.
Os médicos paralisaram as atividades para exigir o pagamento de horas-extras, 13º salário e férias. O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, afirmou ao G1 na última sexta que o estopim para a greve foi o anúncio do governo do DF de parcelar o salário dos servidores.
Segundo Fialho, a greve deve continuar até pelo menos esta quarta-feira (21), quando uma nova assembleia está marcada.
Fonte: G1