Apesar de ter atingido Nova York com menos intensidade do que o previsto, a nevasca que castigou diversos Estados do Nordeste americano entre segunda e terça-feira provocou transtornos a dezenas de brasileiros, que não puderam embarcar em seus voos e tiveram de dormir no aeroporto.
Mais de 7,5 mil voos foram cancelados nos Estados Unidos entre segunda e terça, entre eles pelo menos 25 tendo o Brasil como origem ou destino. Nesta quarta-feira, outros 500 voos foram cancelados.
"Estou no aeroporto desde ontem (segunda) às 13h", disse à BBC Brasil por telefone a brasileira Simone Rodrigues Ferreira, de 40 anos, na tarde desta terça-feira, ao lado de vários outros brasileiros na mesma situação no aeroporto JFK.
Seu voo com destino a São Paulo, pela TAM, estava agendado originalmente para às 19h50 de segunda-feira, mas foi cancelado devido à nevasca.
"Passar a noite no aeroporto foi horrível. Tinha só um voucher de 15 dólares para jantar e 10 dólares para o café", relata.
Sem saber se conseguiria embarcar ainda na terça, Simone já previa os transtornos profissionais que o atraso irá causar.
"Sou professora da rede estadual de São Paulo, tenho atribuição de aulas amanhã (quarta) às 9h e não vou conseguir chegar a tempo."
Esta foi sua primeira viagem a Nova York. Ela chegou no dia 22 de dezembro, para passar um mês com amigos brasileiros que moram na cidade americana. Ela diz que o contratempo não chegou a estragar as férias. "Adorei a cidade, é linda."
Críticas
Anunciada como uma nevasca de proporções históricas, a tempestade acabou não atingindo Nova York com a força esperada, o que provocou críticas às medidas adotadas pelas autoridades.
A partir da noite de segunda-feira, motoristas foram proibidos de trafegar por ruas e estradas e os moradores foram orientados a não sair de casa.
Os serviços de transporte público foram interrompidos às 23h, e até mesmo o metrô, que funciona 24 horas, foi fechado, uma medida sem precedentes.
Mas apesar de previsões de que o acúmulo de neve poderia ultrapassar 60 centímetros na cidade, o volume nesta terça chegava a apenas 13 centímetros no Central Park.
O próprio Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA acabou recuando e disse que haveria "bem menos neve" do que o inicialmente previsto.
Na manhã da terça, quando ficou claro que a nevasca não havia sido tão grave, muitos serviços foram reabertos. As escolas, porém, permaneceram fechadas.
"É melhor prevenir do que remediar", disse o prefeito, Bill de Blasio, diante das críticas.
Partes mais atingidas
Se na cidade de Nova York a tempestade foi mais amena do que o esperado, em outras áreas o impacto foi forte.
Em Long Island, no Estado de Nova York, o acúmulo de neve ultrapassou 60 centímetros e pelo menos uma pessoa morreu.
No Estado de Massachusetts a neve chegou a 67 centímetros e milhares de pessoas ficaram sem energia. Em Connecticut, passou de 50 centímetros.
Os Estados de Rhode Island, Maine e New Hampshire também foram fortemente atingidos.
Fonte: iG