Atendi uma pessoa que queria muito emagrecer. E aí perguntei-lhe “Porque você quer emagrecer?”. Ela não soube responder com convicção, ela não tinha certeza do que queria. Em sua história alimentar perguntei-lhe como é a sua rotina, quais horários se alimenta, quais os alimentos, quais as companhias, que horas acorda e que horas dorme etc. Ela ficou 10 minutos falando do seu dia, concentrei-me na sua fala e na linguagem corporal. Ali entendi que era uma pessoa muito ocupada, tinha uma rotina muito corrida. Ela queria dar conta de tudo e seu nível de autocobrança era muito alto. O seu desejo de emagrecer era contundente pois pensava que se emagrecesse, tudo iria ficar mais fácil e tranquilo. O grande obstáculo é que ela não sabia que, para atingir um excelente resultado no emagrecimento, teria que acrescentar na sua rotina um horário para os exercícios, a compra e preparo dos alimentos etc. Ou seja, mais tarefas em seu dia. E ainda ter energia para manter o foco e a determinação. A expectativa que a paciente tinha era sair do consultório com um plano alimentar perfeito para seu emagrecimento. Na verdade, é que saiu com metas possíveis de serem realizadas e concordou que era melhor começar aos poucos com uma mudança de hábito alimentar e estilo de vida do que ser radical e não dar conta. Seguimos juntas neste processo, de uma forma leve e foco no autocuidado. Ela fez algumas mudanças em sua rotina para dar mais leveza e passou a se cobrar menos. E isso fez total diferença neste processo. Aprendo sempre que o ideal pode não ser viável naquele momento.