A atividade industrial foi elevada em outubro, segundo aponta a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira, 21 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados mostram que o índice de evolução da produção atingiu 53,7 pontos no mês, ante 48,8 pontos registrados em setembro. A marca é bem acima dos 50 pontos, revelando, segundo a CNI, que houve “aumento intenso e disseminado da produção industrial em outubro”, na comparação com o mês anterior.
“A alta da produção no período é um movimento esperado, mas a intensidade da alta em 2024 supera a usual”, destaca a Sondagem. O indicador varia de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 indicam aumento da produção e abaixo, queda.
O índice de evolução do número de empregados ficou em 51,2 pontos no mês passado, também acima dos 50 pontos, revelando aumento do emprego industrial de setembro para outubro. Segundo a CNI, esse é o quarto mês consecutivo de alta no indicador. “Usualmente se tem queda do número de empregados no período; esse resultado atípico para o mês reforça o aquecimento do mercado de trabalho industrial”, destaca.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também mostrou alta em outubro, se elevando em dois pontos porcentuais ante setembro, para 74%. O resultado é três pontos acima da média dos meses de outubro da série histórica.
Segundo a CNI, este é o sétimo mês consecutivo em que a UCI se mantém acima da média histórica mensal.
Já o índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual subiu 1,7 ponto em outubro, para 47,5 pontos, também superior à média histórica para o mês, de 41,5 pontos.
A Sondagem mostrou ainda que os estoques cresceram, mas continuam abaixo do nível planejado pelo setor. O indicador de evolução do nível de estoques atingiu 50,6 pontos no mês passado. Ao ficar acima dos 50 pontos, o índice mostra que, em relação a setembro, houve acúmulo de estoques, ao contrário do que vinha ocorrendo nos cinco meses anteriores.
Apesar disso, o índice de estoque efetivo em relação ao usual ficou em 49,0 pontos, valor próximo ao registrado em setembro, de 49,2 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que os estoques permanecem em nível inferior ao planejado pelos empresários industriais, pelo sexto mês consecutivo.
“Estoques abaixo do planejado indicam que a indústria tende a manter um nível de produção mais aquecido nos próximos meses, visando recompor os estoques até os níveis planejados pelas empresas”, destaca a pesquisa.
Expectativas
Todos os índices de expectativa tiveram recuo em novembro, na comparação com outubro. Mas, segundo a CNI, esse movimento é usual para o período. Apesar da queda, todos os indicadores permanecem acima da linha divisória dos 50 pontos, o que indica expectativa de crescimento para os próximos seis meses de demanda, da quantidade exportada, das compras de matérias-primas e do número de empregados.
O índice de expectativa de demanda atingiu 54,9 pontos em novembro, um recuo de 1,4 ponto ante outubro. Já o indicador de expectativa de compras de matérias-primas também caiu 1,4 ponto, para 52,9 pontos. O índice de expectativa de quantidade exportada teve a maior queda mensal, 2,2 pontos, ficando em 50,6 pontos. O índice de expectativa de número de empregados teve o menor recuo, de 0,2 ponto, para 51,8 pontos.
Com relação ao indicador que mede a intenção do industrial de investir, ele atingiu 58,7 pontos em novembro, um avanço de 0,4 ponto em relação a outubro. Essa foi a quarta alta mensal consecutiva. O índice, segundo a CNI, está 6,5 pontos acima da média histórica da série.
Para a Sondagem, foram ouvidas 1.519 empresas, sendo 619 pequenas, 534 médias e 366 grandes. O período de coleta foi de 1º a 12 de novembro.