“Tapulá”. Foi a primeira palavra que a minha nova amiga Nayara, 4 anos, falou para mim depois de mil perguntas que eu a fiz. Tapurah é a cidade que ela mora, há trezentos quilômetros de Cuiabá. Ela sai de lá para fazer tratamento quimioterápico para tratar um câncer no cérebro.
Dentre essas mil perguntas que eu a fiz, respondidas apenas com sinais de sim e não – antes de ganhar a confiança da minha nova amiga, eu também a perguntei qual era o lugar preferido dela no mundo. E ela disse: “A minha casa”. Nada é igual a casa da gente, né, Nayara?
O tratamento para a cura de um câncer é doloroso para o paciente, para família e para quem está ao redor. Mas vocês sabiam que em Cuiabá, há 12 dias, as crianças e adultos que precisam desse tratamento no Hospital de Câncer e no Hospital Santa Helena não estão recebendo atendimento?
Os hospitais fecharam as portas por falta de repasses de Prefeitura. Isso porque, por mais que a união e o Estado mandem dinheiro para essas instituições, é a prefeitura que faz o repasse.
O tratamento para um paciente com câncer tem que ser urgente e periódico. Quando não feito, a qualidade de vida dessas pessoas diminui e chance de cura também (e a passibilidade de morte aumenta). A prefeitura mata quando fecha os olhos para esses pacientes e se apega a discursos legalistas.
Mauro Mendes, repasse o dinheiro para os hospitais filantrópicos!!! A Nayara precisa de tratamento para voltar pro lugar preferido dela no mundo com esperanças. Ela e centenas de outras crianças e adultos.
Cíntia Borges – Repórter do Circuito Mato Grosso