A decisão chocou a mãe da menina, que estava esperançosa com a possibilidade da cirurgia no exterior. Segundo Patrícia da Silva, moradora de Votorantim (SP), a resposta do desembargador foi inesperada.Eu achava que a Justiça concordaria que o melhor transplante para a minha filha fosse nos Estados Unidos, foi um choque. Estou arrasada, desabafa.
De acordo com o advogado da família, Miguel Navarro, o desembargador entendeu, por hora, que a menina deve ser levada para o Hospital das Clínicas de São Paulo, para que sejam feitos exames minuciosos para avaliar a situação de saúde dela e a necessidade de transplante. Mas para a mãe, essa decisão pode atrasar a recuperação da filha.
Nós já estamos lutando contra isso há muito tempo. Muitos médicos já fizeram cartas e afirmaram que não dá para operar a Sofia aqui no Brasil, não consigo entender essa demora. É da vida da minha filha que estamos falando, afirma a mãe emocionada.
A dona de casa disse ao G1 que encontra forças para passar por esse momento difícil na própria filha.Quando eu olho para meu bebê vejo que ela mesma está lutando contra essa situação toda. Ela me passa forças. Eu só penso que eu não vou deixar de lutar por ela, enquanto eu tiver forças, eu vou fazer o possível e o impossível por ela. Quando penso que a guerra está acabando ou quando acontece algo ruim, continuo assim mesmo. Minha fé não se abala, revela.
Inicialmente, a juíza da terceira Vara Federal de Sorocaba, Sylvia Marlene de Castro Figueiredo, determinou por meio de liminar que o transplante da menina fosse realizado no Brasil, mas o Hospital da Clínicas afirmou que não poderia realizar esse procedimento em pacientes com menos de 10 quilos. Depois da decisão divulgada nesta quarta-feira (16), a menina terá um prazo de 48 horas para ser transferida. E então, ela passará por exames que vão comprovar se ela fará o procedimento no Brasil ou não.
Somente após o diagnóstico completo, será possível julgar se Sofia deverá ser encaminhada para os EUA ou não.Segundo consta no processo, os exames serão realizados para ver se o bebê tem condições de aguentar uma viagem até os EUA. Além disso, os médicos também irão analisar se a nutrição dela poderá ser modificada até que ela chegue aos 10 quilos, peso recomendado para o transplante, explica o advogado.
'Ajude a Sofia'
Sofia sofre com a síndrome de Berdon, uma doença rara que provoca problemas no intestino, na bexiga e no estômago. Segundo a mãe, a menina nunca fez necessidades e se alimenta através de uma sonda.
Desde que descobriu a doença, a família está pedindo ajuda financeira para conseguir uma viagem até os Estados Unidos, único país onde há a possibilidade da realização da cirurgia que pode reverter o quadro de saúde da menina.
A campanha foi intitulada como "Ajude a Sofia" e ganhou força nas redes sociais e mais de 120 mil pessoas já curtiram e compartilharam a página.
G1