Política

Não vejo necessidade de voltar para Assembleia agora, afirma Wilson Santos

O secretário de Cidades, Wilson Santos, diz não ver necessidade de retornar para a função de deputado estadual para articular a aprovação da PEC do Teto dos Gastos. Ele afirma que pretende voltar para o cargo até o prazo final, previsto em lei, para se habilitar às eleições de 2018.

“Eu não vejo necessidade retornar para a Assembleia. Já conversei com o governador, e pretendo voltar até o dia 5 ou 6 abril do ano que vem, como a lei determina, para ficar em condições de disputar as eleições”, disse ele em entrevista à rádio Capital FM.

O Wilson Santos, que era o líder do governo na Assembleia, se licenciou do cargo de deputado em abril deste para ocupar a vaga de secretário de Cidades a pedido do governador Pedro Taques. A tarefa era viabilizar obras travadas da pasta referentes à matriz de serviços da Copa do Mundo de 2014 – modal VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), trincheiras, COTs (Centros Oficiais de Treinamento) e o complexo da Salgadeira, por exemplo.

Um retorno antecipado é cogitado devido à crise de deputados denunciados em delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) como beneficiários de mensalinhos no período de 2010 a 2014. Na lista de recebedores aparece o atual líder do governo, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM).

“Eu quero inaugurar algumas obras, como a Salgadeira e o COT, então vou continuar no governo até quando puder. O governo ainda não discutiu o assunto [de mudança de secretário], mas acredito que ele já esteve fazendo isso. É um cargo dele, ele foi eleito pela população, então, acredito que seja escolhido alguém do próprio governo”.

Na semana passada, Dal Bosco disse que permanece como líder do governo na Assembleia Legislativa. Ele afirma que o assunto já foi conversado com o governador Pedro Taques após a divulgação de depoimentos do Silval Barbosa (PMDB) em delação premiada.

“Já expliquei ao governador que eu era oposição ao governo anterior, numa época que não se concedida qualquer licença exploradores de minérios em Peixoto do Azevedo, eu defendia e cobra a Sema (Secretaria de Meio Ambiente) para resolver o assunto”.

Dal Bosco é citado duas vezes na delação do ex-governador Silval Barbosa à Procuradoria Geral da República (PGR). Em um, ele teria participação de negociação de pagamento de R$ 600 mil a deputados como mensalinhos, com dinheiro oriundo de empresas do programa MT Integrado e das obras da Copa do Mundo.

O nome dele também aparece em uma lista de 24 deputados que teriam recebido propina para apoio a gestão de Silval Barbosa. Dal Bosco afirma que as informações repassadas por Silval ocorrem por ilação (sem prova de fatos) e negou que tenha participado de qualquer esquema.

PEC dos gastos

A PEC do Teto dos gastos foi enviada para Assembleia Legislativa no fim de agosto, e prevê uma série de medidas para contenção das despesas do governo por um período de dez anos. Por exemplo, a suspensão de aplicação de planos de carreira e salários dos servidores estaduais, revisão pela inflação de duodécimo pago ao Judiciário, Legislativo e outros poderes com autonomia de gestão. 

“O governo gasta hoje 99% do que arrecada com quatro itens, sobra somente um 1% para investimento. Isso é um absurdo. É necessário ter coragem para tomar uma medida responsável e madura, senão o Estado não vai conseguir trabalhar”, disse Santos.

O deputado Eduardo Botelho (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, diz que pretende colocar para votação e aprovar a proposta do Executivo até o início da segunda quinzena de outubro.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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