Foto Rafaella Zanol/Secid-MT
Na manhã deste domingo (11), a Ilha da Banana, região central de Cuiabá (MT), começou a ser demolida. 13 dos 15 imóveis da localidade devem ir abaixo nos próximos 30 dias. O secretário de Cidades do Estado, Wilson Santos, afirmou que as pessoas em situação de rua que moram no local serão tratadas com humanidade.
“Essa é a recomendação da justiça mato-grossense. As pessoas daqui só serão retiradas se concordarem com essa saída, não haverá nenhuma remoção compulsória. […] A Policia Militar está aqui para dar segurança as pessoas que aqui estão trabalhando, mas ela não irá tocar nos moradores”, ressaltou Wilson Santos.
O Estado deve concluir a operação em 30 dias. No primeiro momento, os moradores que decidiram por ficar na região deverão ficar em um prédio que será demolido por último, e assim que terminar o prazo, se realocarem.
A Secretaria de Trabalho e Assistência Social do Estado (Setas) está encaminhando as pessoas que querem sair da região para Comunidades Terapeuticas. “Estamos aqui para garantir que eles tenham encaminhamentos corretos. […] Não existe modelo ideal, se existisse São Paulo não teria passado pelo que passou”, ressalta o secretário-adjunto da Setas, José Rodrigues.
A Ilha da Banana, conhecida também como “Cracolândia Cuiabana”, não abriga somente usuários de drogas. Lá, apesar a situação insalubre, moram também portadores do HIV, pessoas com hepatite, hanseníase e outras doenças graves.
Em novembro de 2016 a equipe do Circuito Mato Grosso fez uma incursão na Ilha da Banana, sem apoio policial. O intuito era descobrir o que havia por entre os corredores dos escombros e lá encontrou seres humanos doentes necessitando de tratamento especializado.
Representantes do Conselho Regional de Serviço Social de Mato Grosso (CRESS/MT) acompanharam a demolição neste domingo. A presidente da entidade, Andréia Amorim disse a CMT que a grande preocupação é com o tratamento que será dado às pessoas que vivem no local.
Praça
No local dos escombros deverá ser construída uma praça “Ainda estamos em processo de licitação, e é provável que o local fique um período vazio”, conta Wilson Santos.
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