Internacional

‘Não há vencedores’, diz Obama após medida que pôs fim à paralisação do governo

 
 
O braço de ferro entre os dois partidos por causa da Lei de Saúde defendida por Obama fez com que o Orçamento não fosse aprovado no Congresso e determinou a paralisação parcial do governo.
 
Paralelamente, por uma questão de horas, os Estados Unidos não entraram em "default", quando deixaria de ter condições de honrar parte de seus compromissos financeiros porque o Congresso não autorizava a elevação do limite de endividamento do governo.
 
Após acordo, finalmente, na noite de quarta (17), após ser aprovado na Câmara e no Senado, Obama assinou a medida que financia o governo federal até 15 de janeiro de 2014 e estende os "poderes extraordinários" do Tesouro para continuar tomando empréstimos e pagar os credores dos EUA até 7 de fevereiro do ano que vem, reabrindo as atividades federais.
 
"Muita gente está discutindo política por aí. Deixe-me ser claro, não há vencedores aqui. Todo analista acredita que [a paralisação do governo] freou nosso crescimento. Famílias ficaram sem pagamentos", declarou Obama nesta quinta-feira na Casa Branca.
 
Para o presidente americano o povo "está farto do governo". "Tivemos mais uma crise que começou aqui dentro. E para quê? Não existe explicação econômica para tudo isso", disse.
 
Com o intuito de acalmar os mercados, Obama elogiou o país e chamou os EUA de "alicerce da economia global".
 
"Somos o lugar mais seguro e confiável do mundo para investimentos. Merecemos isso há dois séculos porque mantemos nossa palavra e honramos nossas obrigações. Vocês podem contar com a gente", afirmou.
 
 
"Você não gosta de uma política de governo ou de um presidente em particular? Então discuta sua posição. Vá em frente e vença uma eleição. Force por uma mudança, não pela quebra do que já existe", afirmou.
 
Obama quer acordo sobre orçamento, reforma imigratória e lei para agricultor
Em seu pronunciamento, Obama apontou três medidas a serem aprovadas pelo Congresso e tomadas pelo governo que visariam colocar os EUA numa rota de crescimento para evitar nova ameaça de "default".
 
Obama insistiu que, apesar de desacordos entre republicanos e democratas, pontos de convergência podem ser encontrados.
 
 
"Não vamos de repente ter acordo em tudo. Podemos debater diferenças, apaixonadamente, de boa fé, isso é democracia. Mas vamos avançar em áreas que temos acordo ou que podemos ter acordo", disse.
 
O presidente também afirmou que o déficit do governo "está ficando menor, não maior."
 
Para Obama, o primeiro ponto sobre o qual os congressistas americanos devem encontrar um acordo é um "orçamento responsável". Para Obama, "republicanos e democratas devem estar compromissados em fazer isso [aprovar um orçamento]".
 
Falando sobre o orçamento, o presidente acrescentou que o desafio dos EUA agora "não é o déficit, mas sim garantir, em longo prazo, um sistema de seguro médico e social". Investimento em educação e infraestrutra também foram apontadas por Obama como "obrigações a serem garantidas para futuras gerações".
 
Uma reforma imigratória foi apontada por obama como o segundo ponto para assegurar o crescimento econômico dos EUA. O presidente pediu que uma nova lei de imigração seja aprovada até o fim do ano.
 
O terceiro ponto indicado por Obama foi uma lei do agricultor, com políticas para fazendeiros e comunidades rurais.  
 
Acordo é 'respiro'
O acordo fechado na quarta representa apenas um "respiro". A menos que o Ccongresso aprove um Orçamento até a data limite, o governo dos EUA pode voltar a ser fechado.
 
O Tesouro havia estimado que o país não teria como honrar alguns de seus compromissos fiscais após 17 de outubro –a dívida atual dos EUA é de US$ 16,7 trilhões–, colocando em risco o pagamento, por exemplo, de salários de funcionários do governo, aposentadorias, fornecedores e juros da dívida.
 
A aprovação na noite de quarta inclui o pagamento retroativo dos salários de milhares de funcionários públicos enviados para casa a partir de 1º de outubro, quando teve início a paralisação parcial do governo, que estão desde então sem receber.
 
Nesta quinta, após 16 dias, a Casa Branca determinou a volta ao trabalho de centenas de milhares de funcionários federais.
 
"Todos os funcionários que estavam em licença não remunerada devido à falta de verba podem agora voltar ao trabalho. Vocês devem reabrir escritórios de uma forma rápida e ordenada", afirmou a diretora de Orçamento da Casa Branca, Sylvia Mathews Burwell.
 
Do UOL

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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