A mulher do ex-médico Roger Abdelmassih, Larissa Sacco Abdelmassih, afirmou em artigo publicado no jornal "Folha de S. Paulo" nesta quinta-feira (2) que está certa da inocência do marido e que "não há pessoa mais amorosa" que Roger."Como mulher dele, posso asseverar que não há pessoa mais amorosa e voltada a seu cônjuge. A preocupação desse homem com o futuro de sua família é incomensurável", disse no artigo.Larissa Abdelmassih morava com Roger Abdelmassih no Paraguai. quando o ex-médico foi preso no dia 19 de agosto, em Assunção. A advogada tem 36 anos, é ex-procuradora da República e possui dois filhos com Roger.
O texto é publicado no dia em que o Tribunal de Justiça de São Paulo deve analisar um pedido da anulação do julgamento de 2010 em que Roger Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão por 48 ataques sexuais a 37 mulheres.A análise está prevista para esta quinta, segundo um grupo de vítimas que realizou ato na frente do prédio do Tribunal de Justiça, na Praça da Sé, na quarta-feira (1) pedindo que o julgamento não seja anulado e que o ex-médico continue preso.
Questionada, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça informou que os pedidos relacionados a Abdelmassih correm em segredo de Justiça e que, por esse motivo, não consegue dar detalhes. A defesa do ex-médico tampouco forneceu informações.
Amor
Larissa Abdelmassih afirma no artigo publicado nesta quinta que resolveu acompanhar o ex-médico em sua fuga por amor e por confiar no caráter dele."Não existe uma dúvida sequer em minha mente acerca da inocência do Roger, meu marido, pois, se tivesse uma só, não teria permanecido ao lado dele por todo esse tempo", disse.Ainda segundo ela, Roger Abdelmassih sentia uma "dor dilacerante" sempre que via uma reportagem que em era chamado de estuprador.
Ato
O grupo Vítimas Unidas, formado por mulheres que acusam Roger Abdelmassih de estupro ou atentado ao pudor, fez um ato com faixas e carro de som na quarta-feira.Vanuzia Lopes, estilista e uma das primeiras a denunciar o ex-médico, afirmou que o grupo pretendia protocolar no TJ um documento com 62 mil assinaturas demonstrando o desejo de que Abdelmassih siga preso.
Familiares de outras vítimas de violência apoiam o protesto. Marta Consoli, mãe de Bianca Consoli (jovem que foi estuprada e morta pelo marido da irmã) também participa do ato."Lutamos para que a pena do Sandro Dota [condenado pela morte de Bianca] não fosse reduzida.Infelizmente, abaixaram a pena dele de 30 para 24 anos. Ele fez barbáries com minha filha. Ele brincou com a minha cara e com a de todos que estão aqui. Reduzir a pena me destruiu. Acabou mais um pouco comigo".
Vanuzia disse não ter se surpreendido com o baixo quorum do protesto. Além dela, outras quatro vítimas participam no ato. "Achava que viria sozinha. É difícil fazer um protesto de anônimas.Vítima de estupro é muito estigmatizada, tem vergonha"."Esse homem vai responder por mais acusações. Tem muito crime que ainda ninguém nem sabe. Muita coisa ainda vai ser revelada", afirmou Silvia Franco, também do grupo Vítimas Unidas.
G1