“Perdemos numericamente, mas politicamente foi um ganho enorme para o Sindicato”. Assim, a presidente do Sindicado dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed- MT), Eliana Siqueira, começou a coletiva concedida aos jornalistas da capital, na manhã desta sexta-feira (15).
Durante o julgamento do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), realizado nessa quinta-feira (14), o recurso impetrado pela categoria contra a decisão liminar do desembargador Gilberto Giraldelli foi negado por 10 votos a 9.
O sindicato comemorou a diferença de um ponto e destacou que o grande ganho, durante a sessão no plenário, foram os votos favoráveis de diversos desembargadores. “Nós acreditamos que não estamos mais sozinhos, pois a metade do judiciário está do nosso lado, considerando nossa causa e vendo a luta dos médicos por melhorias na saúde em Cuiabá” disse a presidente Eliana.
Um dos depoimentos mais comemorados pelo sindicato foi do desembargador Luiz Carlos da Costa, que foi favorável a greve da categoria. Eliana disse que o desembargador foi bastante contemplador com a realidade atual dos médicos e que deu mais confiança a categoria.
“Nós temos a possibilidade de juntar mais provas para demonstrar grande parte do que temos falado para os outros dez desembargadores que ainda não se convenceram, assim conseguiremos mais votos até o Julgamento do Mérito que ainda vai acontecer”.
Como vem fazendo desde o início da paralisação, o Sindimed fará uma assembleia na segunda-feira (18), para decidir sobre os rumos da paralisação. “Essa é uma decisão iminentemente majoritária da categoria”, afirmou Elaina.
MUTIRÃO
Na tarde de quarta-feira (20), com a categoria em greve ou não, a presidente informou que um mutirão será realizado na Praça Alencastro. “Vamos às ruas para denunciar que o Prefeito Mauro Mendes e Secretario de Saúde Ary Soares, não nos deixa atender a população dentro das unidades de saúde”.
O termino do prazo para o aumento salarial cobrado pelo sindicato já se esgotou. “O fato é que o prazo para o aumento salarial já acabou, porém a nossa vontade de lutar por melhores condições de trabalho, não”, endossa Eliana.
MAURO MENDES
Quando questionada sobre os números divulgados na última semana pelo Prefeito Mauro Mendes, que apenas 82 médicos estavam aderindo à greve, a presidente exigiu provas. “O prefeito insiste em dizer que apenas 82 médicos estão parados. Queremos saber onde estão os outros 650 médicos? Cadê o número de atendimento que eles estão fazendo? Se estão trabalhando e se atendem no mínimo dez consultas por dia, já estaria atendendo 6.500 pessoas por dia. Então nós desafiamos o prefeito a mostrar o número de atendimentos que estão sendo realizados com esses 650 médicos”.
Pelo menos 250 médicos estão trabalhando mesmo participando da greve. Os profissionais reivindicam a implantação do piso nacional de R$ 12,9 mil por 20 horas semanais, o pagamento das horas extras e melhores condições de trabalho. Segundo a Prefeitura 720 médicos atendem na rede municipal de saúde. O Sindicato discorda e diz que não passa de 550 médicos.
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