O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) aposta em “ungimento” do governador Pedro Taques pelos servidores públicos logo nos primeiros meses do próximo governo. O tucano sugeriu que medidas mais duras deverão ser tomadas por Mauro Mendes (DEM), governador eleito, como item de seu plano de contenção de gastos do Estado.
“O governador Pedro Taques será ungido pelos servidores, eles vão reconhecer que Taques foi o melhor governador para os servidores públicos. Eu não dou 180 dias [a partir de 1º de janeiro] para que eles reconhecem o alegado do governador Taques. Eles vão sentir saudades”.
A declaração foi feita em momento de novo embate entre os servidores e o governador Taques por causa da RGA (Revisão Geral Anual), a mesma razão que levou à greve geral de 2016 e à derrocada de Taques na opinião de seus servidores.
Hoje, o Fórum Sindical está com indicativo de nova greve aprovado como gatilho contra um eventual descumprimento da reposição salarial de 5,19% em outubro e novembro. O acordo da RGA foi firmado ano passado como efeito da greve de quase trinta categorias. A Casa Civil afirma que espera julgamento do mérito da reposição pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) para abrir folha salarial suplementar.
Um membro do Fórum Sindical consultado pelo Circuito Mato Grosso e que preferiu não se identificar vê exagero na declaração de Wilson Santos, mas não descarta que os servidores possam enfrentar uma situação difícil no governo de Mauro Mendes, principalmente quando entrar em pauta a negociação da RGA 2019.
“O secretário [Rogério Gallo] está agindo hoje de modo que quando chegar a hora de conversar sobre a RGA do próximo ano, ele vai dizer que a situação já está precária desde 2018. Está tentando criar um trunfo para apresentar e negar a aplicação da revisão no ano que vem”, disse.
A posição referida pelo membro do Fórum é a alegação do secretário de Fazenda sobre impossibilidade de caixa financeiro para quitar a RGA. Gallo tem apresentado um diagnóstico das contas públicas que não favorece ao pagamento da revisão. Os motivos seriam a atrasos na quitação de outras contas e estouro do limite fiscal para folha de salários previsto na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Mauro Mendes também já declarou que apoia a posição de que a RGA só deve ser paga caso haja situação financeira no azul. Ele evita falar sobre eventual confronto com os servidores, mas não vê percalço em lidar com o assunto.