O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), subiu o tom e criticou, na manhã desta segunda-feira (21), o governo federal por não cumprir com os repasses previstos para as obras do Rodoanel paulista. De acordo com o tucano, a União “não cumpre nada” e, se dependesse dela, a “obra estava parada e quatro mil pessoas estariam desempregadas”.
A declaração foi dada durante a inauguração das novas instalações do Poupatempo de Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista. Alckmin falou durante o evento sobre a previsão de enfim entregar o trecho restante do Rodoanel no primeiro semestre de 2018, e aproveitou para reclamar do baixo aporte financeiro do governo federal nas obras.
“Nós pusemos R$ 800 milhões. O governo federal colocou R$ 80 [milhões] e cancelou o orçamento de R$ 200 [milhões]. Não cumpre nada, nada. Se dependesse do governo federal, essa obra estava parada e quatro mil pessoas estariam desempregadas. Quatro mil pessoas, que é o número de pessoas trabalhando no rodoanel”, disse.
Segundo Alckmin, em 2016, a União deveria ter ajudado com quase R$ 400 milhões para a conclusão do anel viário, mas só repassou R$ 110 milhões. “E esse ano pior ainda: R$ 80 milhões e ainda anularam um empenho de R$ 200 milhões. E é uma obra para o país, porque você liga o maior aeroporto [Guarulhos] ao maior porto brasileiro [Santos]”, revelou.
Alckmin afirmou que as obras só não pararam por um “sacrifício enorme” do governo estadual. “Temos que todo dia economizar o dinheiro da população. A sociedade brasileira não tem bem noção da gravidade da situação que está”, disse, referindo-se ao rombo nas contas públicas que, conforme estimativa do Ministério da Fazenda, ficará na casa dos R$ 159 bilhões este ano. "Essa é a situação do governo federal. Essa é a herança que o Brasil recebeu de um populismo fiscal irresponsável", completou.
O Rodoanel começou a ser construído ainda em 1998, sob a gestão do governador Mário Covas, para diminuir o fluxo de caminhões dentro das cidades. A obra foi dividida em quatro partes. Os trechos Oeste, Sul e Leste foram entregues e, agora, quase 20 anos depois, ainda falta o Norte. Quando pronto, o anel viário vai ter 180 km de extensão e interligar, ao todo, dez rodovias.
O G1 procurou a assessoria do Palácio do Planalto para comentar as críticas do governador de São Paulo, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.