Política

‘Não apostaria contra o Brasil’, diz presidente do BID

"Aplaudo o ajuste. O que o Brasil está fazendo é correto e me parece que veremos no próximo ano o início de uma recuperação. Tenho fé que, a partir do ano que vem, os efeitos desse ajuste comecem a ser visíveis e resultem em melhoras na economia brasileira", afirmou o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, em entrevista à BBC Brasil. Ele não estimou, no entanto, quanto o PIB brasileiro vá crescer no ano que vem.

Segundo a assessoria de imprensa do banco, diferentemente de outros órgãos, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e Banco Mundial, o BID não faz estimativas internas sobre o crescimento dos países, recorrendo, em contrapartida, aos dados fornecidos pelos bancos centrais.

A previsão de Moreno vai em linha com a do mercado brasileiro que calcula que o PIB vá crescer 1% no ano que vem, de acordo com o último boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC (Banco Central).

Ajustes
Segundo Moreno, a iniciativa do governo brasileiro "gera, e espero que gerará cada vez mais, credibilidade nos mercados, coisa que já está ocorrendo".
O BID pretende contribuir para a recuperação com o lançamento de títulos em reais para financiar projetos de infraestrutura contemplados na segunda fase do chamado Programa de Investimento em Logística (PIL), atendendo ao pedido do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O pacote, anunciado na terça-feira, lista uma série de projetos a serem licitados, totalizando, segundo o governo brasileiro, R$ 198,4 bilhões em investimentos.

"Temos um enorme interesse (nessa iniciativa). Só precisamos avançar em um conjunto de autorizações das autoridades brasileiras para que possamos fazer esse tipo de emissão. Já obtivemos algumas dessas autorizações e estamos trabalhando no planejamento", explicou.

A entidade poderá financiar projetos em distintas áreas, incluindo saneamento, portos e aeroportos, segundo Moreno.

'Competitividade'
O presidente do BID defende que "todo esse investimento em infraestrutura vai servir ao Brasil para ganhar competitividade e gerar crescimento econômico ao mesmo tempo".

"É um investimento inteligente", assegurou. "É uma maneira de se preparar para essa época de mudanças e conflitos que vive a região latino-americana. Viemos de quase quatro anos com o crescimento em queda. Parece que o Brasil está fazendo o que deve para retomar esse crescimento".

Questionado se o Brasil voltará a ser visto como o "gigante latino-americano" algum dia, Moreno afirmou que o país "é muito importante".
"Eu não apostaria contra o Brasil. O Brasil tem um potencial enorme. Um investidor com visão de longo prazo sabe que há ciclos econômicos, que há momentos bons e ruins. E o que importa é o que significa o Brasil como país: uma economia muito potente, com enormes possibilidades, que continuará progredindo".

Exemplo disso, disse ele, foi a ascensão social de cerca de 30 milhões de pessoas em cerca de uma década.
"Nenhum outro país conseguiu fazer isso de uma forma tão rápida", observou.

Fonte: BBC BRASIL

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões