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Namorado de jovem que matou Isabele explicou caso para irmão e apagou mensagens

O laudo da perícia feita no celular do adolescente de 16 anos, namorado da menina que atirou e matou Isabele Guimarães Ramos, mostra que ele apagou conversas após a tragédia.

Isabele foi atingida com um tiro no rosto, por uma arma que estava sendo segurada pela melhor amiga, da mesma idade. A tragédia ocorreu no 12 de julho, no condomínio Alphaville, em Cuiabá.

Segundo laudo elaborado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), diversas mensagens trocadas pelo aplicativo WhatsApp entre o namorado da adolescente que realizou o disparo e o irmão dele foram apagadas, nos dias subsequentes ao da tragédia.

“É possível observar que, possivelmente, [namorado de adolescente] explica algo acerca do fato ocorrido, no entanto, ele solicita que seu irmão apague as conversas, o que foi atendido”, diz trecho do laudo da Politec.

A perícia, no entanto, não conseguiu recuperar as mensagens pagadas pelos irmãos. “Cabe ressaltar que não foi possível a recuperação/restauração das mensagens em questão”, diz outro trecho.

De acordo com a sequência de mensagens, à qual o MidiaNews teve acesso, no domingo em que ocorreu a tragédia, às 22h35min, ele manda mensagens ao irmão.

“A guria mo… [texto prejudicado]”,“não tô entendendo nada, “puta que paril”, diz na sequência de mensagens.

O irmão responde: “Que guria mano. N comento com ngm. Que guria mano?”. A troca de mensagem é interrompida.

Já à 0h41 do dia 13 de julho, segunda-feira, o irmão mais velho pede que o menor tire print – espécie de fotografia da tela – das conversas importantes que possivelmente ele estivesse tendo com outras pessoas envolvidas no caso. 

“Pq todo mundo vai querer colocar a culpa em vc. N deixa isso acontecer”, diz as mensagens.

Outra troca de mensagem entre os irmãos é constatada pela perícia. No dia 14 de julho, às 11h41, os irmãos voltam a trocar mensagens, que foram apagadas posteriormente restando apenas a mensagem do aplicativo “Essa mensagem foi apagada”.

Uma mensagem do irmão mais velho restou: “Aí tomo”, às 11h 45. Outra sequência é apagada e o menor faz um pedido às 11h54: “Apaga aí”.

Depoimento

Em depoimento à Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), o adolescente confirmou que foi ele quem levou a arma que ceifou a vida de Isabele à casa da namorada. No dia, ele havia levado duas armas a casa da namorada.

Segundo ele, o carregador estava inserido na pistola, mas não havia bala na câmara. Ou seja, para que houvesse um disparo, a arma teria que ser manobrada e não somente apertado o gatilho.

O adolescente de 16 anos não estava no local no momento em que ocorreu a tragédia. Seu depoimento à DEA se concentrou no transporte das armas até a residência. 

O menor ainda contou que só teve conhecimento de que levara duas armas à casa da namorada quando já estava no local. Isto porque, no dia anterior à tragédia, ele havia ido – na companhia de seu pai – ao clube de tiro que frequentam. Ao final da aula, ele guardou a sua arma em um case (maleta).

Na sequência, sem que ele visse, seu pai também guardou uma segunda pistola no mesmo case.

Ainda em seu depoimento, o menor disse que levou a arma até a casa de sua namorada a pedido do próprio sogro, o empresário Marcelo Cestari, que é praticante de tiro esportivo. Isto porque, ainda durante a aula de tiro, ele teria dito que a arma precisava de alguns ajustes.

Desta forma, Marcelo Cestari lhe pediu que levasse a pistola até sua residência para que ele fizesse tal ajuste.

O caso

Isabele Ramos foi atingida com um tiro no rosto, por uma arma que estava sendo segurada pela melhor amiga, também de 14 anos.

À polícia, a adolescente que atirou disse que foi em busca da amiga no banheiro do seu quarto levando em mãos duas armas.

Em determinado momento, as armas, que estavam em um case, caíram no chão. “A declarante abaixou para pegar os objetos, tendo empunhado uma das armas com a mão direita e equilibrado a outra com a mão esquerda em cima do case que estava aberto", revelou a menor em depoimento.

"Que em decorrência disso, sentiu um certo desequilíbrio ao segurar o case com uma mão, ainda contendo uma arma, e a outra arma na mão direita, gerando o reflexo de colocar uma arma sobre a outra, buscando estabilidade, já em pé. Neste momento houve o disparo", acrescentou.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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