Política

Nadaf confessa participação no esquema e diz que propina foi de R$3,5 milhões

Foto Ahmad Jarrah

Cintia Borges/ Valquiria Castil

O ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, confessou a participação no esquema do desvio de R$7 milhões para a compra de um terreno pelo Estado na região do Lago do Manso. A organização criminosa teria recebido R$3,5 milhões desse valor e Nadaf teria ficado com R$500 mil. A declaração foi dada pelo ex-secretário na tarde desta quarta-feira (28), em oitiva ministrada pela juiza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal do Fórum da Cuiabá.

O ex-presidente da Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), Afonso Dalberto, também prestou depoimento nesta quarta-feira e assumiu participação do crime.  Ainda nesta quarta o ex-servidor da Secretaria de Meio Ambiente, Claudio Takayuki deve depor.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que deflagrou a operação em 2015, o esquema teve o intuito de autorizar o Intermat a comprar uma área rural de 727 hectares, imóvel que integra o ‘Parque Estadual das Águas do Cuiabá’, que já pertenceria ao Estado e foi adquirida novamente de Filinto Corrêa, com preço superfaturado de R$ 4 milhões.

Confira depoimento

No início do depoimento, Nadaf confirma a participação no esquema. Ele conta que ao mostrar o projeto para a compra do terreno de R$7 milhões, o Afonso disse que o Intermat não tinha recursos. A situação foi levada para o governador Silval Barbosa em uma reunião no Palácio. 

"Foi marcada uma reunião no Palácio, com governador Silval, Arnaldo (secretário de planejamento), Francisco Lima e eu. O governador determinou que o terreno seria desapropriado. Arnaldo faria abertura do orçamento, Chico Lima cuidaria da legalização da documentação e o Intermat faria a desapropriação e o pagamento da área. A partir daí Chico Lima começou todos os trâmites, trouxe os processos e despachei para o Intermat", conta.

A magistrada endaga Nadaf sobre a divisão do dinheiro. Ele admite que metade do dinheiro da venda do terreno, R$3,5 milhões, foi destinado a proprina, e a outra metade para para pagamento de dívida e parte para o proprietário do imóvel. Deste montante, ele e Afonso teriam ficado com R$500 mil e Marcel de Cursi com R$150 mil.

Outros R$ 150 mil foram destinados ao Buffet Leila Maluf, provavelmete para a cerimonia de posse do governador. Uma parte para o grupo do jornalista Milas. "O resto eu não sei, porque foi o Chico Lima quem negociou toda a situação", conta Nadaf.

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Redação

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