Nacional

Na luta contra o câncer menina supera 42 tumores

Receber a notícia não foi fácil. A menina Carolina Camargo de Souza tinha apenas 10 anos e 42 nódulos malignos na coluna. Logo veio o diagnóstico: um câncer agressivo que, possivelmente, nem a quimioterapia, nem a radioterapia resolveriam. Mas ela resolveu tentar. Durante o processo ouviu dos médicos oito vezes que não resistiria à doença, mas ela não desistiu.

Na véspera do Dia Mundial da Luta Contra o Câncer, celebrado nesta quarta-feira (8), Carolina comemorou com alegria seus 15 anos em Piracicaba (SP). “O segredo é nunca deixar de acreditar que a cura vai chegar”, falou a jovem.

De blusa vermelha, um longo colar e sempre sorrindo, Carolina relatou, ao lado da mãe, os principais momentos da doença e onde encontrou forças para enfrentá-la. A princípio, ela ficava mais tempo no hospital do que em casa. Passou por duas cirurgias, fez quimio e radioterapia.

“O momento mais difícil foi o da quimioterapia, porque minha pele saía na minha mão”, relembrou. Mas ela tinha ao lado um grande incentivador e parceiro que a motivava a tal ponto, de fazer a imunidade dela subir: o irmão mais velho Ramon Camargo de Souza, hoje com 21 anos.

Companheiro, ele chegou a ficar por um ano sem comer determinados alimentos, em solidariedade à irmã, que tinha algumas restrições. “Quando ele ia me visitar e a gente ia fazer exame, eu sempre estava com a imunidade mais alta do que na última vez. Subia mais do que podia. Ele foi minha cura”, falou emocionada a jovem.

A mãe também foi outra grande incentivadora. Ela esteve ao lado de Carolina a todo o momento. “Ela tinha que enfrentar um leão por dia, mas eu sempre acariciava ela e falava: nada como um dia após o outro. Eu sabia que ela era forte”, falou a mãe, Rosa Maria Camargo Souza.

Apoio
No decorrer do processo, Carolina conheceu Giselda Cullen, vice-presidente de uma instituição que luta contra o câncer infantil em Piracicaba “Eu fui convidada por uma amiga a visitar a Carol. Aos 10 anos, ela pesava 18 quilos, era muito frágil. É impressionante ver como ela reagiu. Hoje, é ela quem visita crianças e dá incentivo aos pequenos”, falou Giselda.

Além do apoio emocional, a entidade também contribui com mantimentos, remédios e suporte para a família. “Foi muito bom, porque a gente não tinha nem os produtos da cesta básica em casa. E a Giselda sempre me deu carinho, além de presentes”, brincou Carolina.

Progresso
Aos poucos, ela foi reagindo, ganhando peso e superando todo o mal estar da doença. Cada passo era comemorado. “Um dia, ela me falou assim: mãe, tenho uma surpresa para você. Desceu da cama e correu para os meus braços. Para quem nem sequer andava direito, aquela corrida foi a glória. Ela correu para mim”, relatou Rosa, com lágrimas nos olhos.

Carolina não está totalmente curada, mas já tem muito a comemorar. “Os médicos dizem que eu sou uma inovação, porque sou a única a resistir a esse tipo de câncer. Ele falou que eu não ia chegar aos 15 anos e estou aqui. Foram cinco anos de milagre”, celebrou.

Hoje, a menina tem uma vida normal. Vai à escola e já tem um hobby preferido. "Adoro ler, sou apaixonada por livros. E acabei de ganhar de aniversário o Manual de sobrevivência da garota descolada, que eu queria muito", falou.

Para ela, o segredo é não perder a esperança. E a mãe concorda. “Tem que ter fé, fazer orações e acreditar que Deus vai fazer o melhor para cada um. E sempre demonstrar amor, isso faz toda diferença”, finalizou Rosa.

Fonte: G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus