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Na base do Corinthians, ex-lateral Coelho destaca trabalho psicológico para ajudar garotos

O Corinthians espera aproveitar a boa geração de talentos oriundos das divisões de base, para voltar a revelar talentos. O auxiliar técnico do time Sub-20, Dyego Coelho, é um exemplo para os garotos, já que saiu da base do clube, se profissionalizou, atuou por anos no time, depois se aventurando no futebol europeu, em grandes clubes brasileiros e até tendo rápida passagem pela seleção brasileira.

Em entrevista ao Estadão.com, o auxiliar de Osmar Loss e ex-lateral-direito falou sobre o time para a disputa da Copa São Paulo, em janeiro, comentou sobre a necessidade de ajudar os meninos a se prepararem psicologicamente para o futuro e contou o que falta para seguir a carreira de técnico.

O que podemos esperar do Corinthians na Copa São Paulo?

A gente vai brigar. O clube gosta de jogar essa competição e temos que ter responsabilidade. Não sei se vamos chegar à final, mas vamos lutar por isso.

O quanto é importante para os garotos ter você como auxiliar, um ex-jogador, que veio da base do clube e passou por todos os estágios que eles sonham passar?

Para falar a verdade, eu aprendo mais com eles do que eles comigo. Eu dou dicas de como as coisas funcionam. O jogo, a torcida, a imprensa… A torcida do Corinthians é espetacular e eles vão sentir isso na Copinha. Mas junto com o apoio vem a cobrança, que será muito maior. Na base, a cobrança é da comissão técnica e dos mais. Lá em cima, é da torcida e da imprensa, algo muito maior. Não é o fim do mundo, mas é uma responsabilidade boa para eles terem. Jogar em um Pacaembu lotado não é para qualquer um.

A diretoria de base do Corinthians quer fazer uma maior interação entre o futebol de campo e do salão. O quanto acha que isso pode ajudar os atletas?

Demais, ainda mais se começar fazendo isso desde cedo, com os garotos de oito, dez anos. Nesta fase, você consegue aprimorar a habilidade, tomar decisões mais rápidas e quando ele tiver com seus 15 anos, já terá uma base técnica apurada. Ele vai chegar ao sub-20 dando passe de esquerda e de direita e sabendo cabecear uma bola, por exemplo. Aprovo e acho que isso já deveria ser feito. Nossos maiores craques saíram do futsal.

Como trabalhar a cabeça dos garotos, já que muitos deles não chegarão a ser grandes jogadores?

Eles precisam entender que isso tem grandes chances de acontecer. Daqui, torcemos para que todos cresçam e virem atletas de ponta, mas sabemos que a maioria ficará no meio do caminho. Sempre falo para eles que eles têm de acordar todo dia e pensar que quer ser jogador e fazer de tudo para ir em busca disso. É uma competição entre eles e um desafio chegar lá em cima. Temos a preocupação de revelar homens e não jogadores. A gente tem que ajudar a criar cidadãos.

Você fazer isso? Todos aqui só pensam em ser jogador de futebol e ficam empolgados por jogar no Corinthians…

O Corinthians tem um trabalho maravilhoso com psicólogos, mas nós, da comissão técnica, muitas vezes temos de ser psicólogos também. Eu sempre falo para eles que eles ainda não chegará lá e tem muita coisa para fazer, antes de "se acharem jogador do Corinthians". Eles precisam saber usar o Corinthians para se tornarem grandes profissionais e não usar o clube para serem estrelas. Não existem motivos para empolgação demais.

A Copa São Paulo é uma vitrine para os jogadores, mas pode ser também para comissão técnica. Acredita que pode se destacar e pensar em se tornar técnico?

A curto e médio prazo, não. Tenho 33 anos e muita coisa para aprender ainda. Faz um ano e meio que estou trabalhando com o Osmar e quero aprender muito, não só com ele, como com toda a estrutura que o Corinthians tem. Sempre mais escutando do que falando, vou aprendendo e ainda preciso de muita bagagem para um dia ser treinador.

Fonte: SuperEsportes

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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