O UOL teve acesso à unidade na última sexta-feira (10), durante visita da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Maranhão. O local abriga 698 detentos.
No mesmo dia, a reportagem publicou um vídeo em que um preso afirma que os detentos da unidade não querem ser transferidos para presídios federais, e ameaçam novos ataques, caso a mudança de local de cumprimento da pena seja efetivado, como analisa o governo do Estado.
Em novo vídeo (veja acima), presos fazem reivindicações, de dentro das celas do CDP , onde é possível ver a superlotação das celas. O prédio aparenta ter boas condições, mas em uma das celas, por exemplo, havia 22 presos onde a capacidade era para apenas oito.
Com rostos cobertos, muitos presos relatam que temem pela vida. Um preso fez questão de mostrar uma marca no dorso que, segundo ele, teria sido causada por um tiro de bala de borracha dado à queima-roupa. A denúncia é contra integrantes da Polícia Militar, que ocupa no local desde o dia 27 de dezembro. A polícia nega atos de violência contra os detentos.
Em outra cela, dois presos mostram ferimentos no rosto. Eles não relataram o motivo. Na mesma cela, eles reclamam que a água do banheiro é suja e dizem sentir "humilhação'.
Conforme a reportagem pode verificar, as celas do CDP também são abafadas e extremamente quentes. Uma das reclamações dos presos é que faltam roupas por muitos meses para eles. Um deles aparece no vídeo sem camisa e diz que não tem outra peça para vestir.
Os detentos também alegam que muitos processos estão parados, e alguns alegam que têm direito à liberdade ou à progressão de pena.
UOL