“Quero expressar a minha profunda gratidão a todos aqueles que estiveram envolvidos neste projeto admirável, por aquilo que fizeram até hoje”, disse Obama, em um breve discurso, durante a inauguração do museu, em Nova York.
“É uma honra acompanhar [as famílias das vítimas] nas vossas memórias, para lembrar e pensar, mas, acima de tudo, para repetir o verdadeiro espírito do 11 de setembro: amor, compaixão e sacrifício”, falou o chefe de Estado norte-americano, que assistiu à cerimônia de inauguração com a esposa, Michelle Obama.
“Aqui, neste memorial, vemos as caras de cerca de três mil inocentes, homens, mulheres e crianças de todas as raças e de todas as crenças, originários do mundo inteiro”, lembrou Obama, acrescentando que o museu irá contar a história dessas pessoas para que as gerações futuras nunca as esqueçam.
No mesmo discurso, o presidente disse que “nenhum ato de terrorismo pode competir com a força e o caráter dos Estados Unidos, mencionando o caso de um homem de 24 anos que salvou várias pessoas que estavam encurraladas em uma das torres atingidas pelos ataques, antes de perder a própria vida quando o edifício desmoronou. Esse homem, que permaneceu anônimo durante muito tempo, foi identificado mais tarde como Welles Crowther.
Após o discurso de Obama, a mãe de Welles Crowther e uma mulher que foi salva há quase 13 anos pelo jovem subiram ao palco da cerimônia e foram saudadas pelo chefe de Estado.
Centenas de familiares de vítimas, sobreviventes, membros das equipes de socorro que estiveram então envolvidas nas operações de resgate e de salvamento e várias personalidades locais, como Rudy Giuliani, que assumia na época do atentado a presidência da Câmara de Nova York, participaram hoje na inauguração do museu.
O museu pretende prestar homenagem às 2.983 pessoas que morreram nos atentados de 2001, mas também às seis vítimas mortais do primeiro atentado contra o World Trade Center, no dia 26 de fevereiro de 1993. Milhares de memórias do dia 11 de setembro de 2001 estão expostas no museu, como é caso de um par de sapatos com vestígios de sangue ou de um caminhão de bombeiros completamente destruído. Também é possível ouvir vários registos sonoros, incluindo as mensagens deixadas em gravadores pelas pessoas que estavam encurraladas nos dois edifícios do World Trade Center, também conhecidos como as Torres Gêmeas, atingidos pelos atentados.
O museu subterrâneo, uma espécie de cripta gigante construída no mesmo local dos atentados, estará aberto durante os próximos seis dias só para familiares, habitantes da região e membros das equipes de socorro. O público geral poderá visitá-lo a partir do dia 21 de maio.
A inauguração do museu, cujo ingresso vai custar US$ 24 dólares (cerca de R$ 53) responde a um “compromisso de que uma parte importante da história americana nunca será esquecida”, disse o presidente e principal executivo do Memorial, Joe Daniels.
“A história preservada no museu é de uma tragédia, mas a sua maior lição encontra-se na coragem e na compaixão com a qual respondemos”, acrescentou.
No dia 11 de setembro de 2001, 19 membros da rede Al Quaeda fizeram ataques coordenados, incluindo o sequestro de dois aviões de passageiros que se chocaram com as Torres Gêmeas. Um terceiro avião colidiu contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa norte-americano, em Washington, enquanto uma quarta aeronave caiu em um campo no estado da Pensilvânia, quando os passageiros tentavam impedir os terroristas.
Agência Brasil