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Por SuperEsportes
Após dois anos consecutivos de títulos verde-amarelos, o havaiano John John Florence desbancou os brasileiros e levou o caneco do último Circuito Mundial de surfe. A temporada de 2017 deve começar hoje (14), em Gold Coast, na Austrália, e promete ser uma das mais disputadas de todos os tempos.
A Brazilian Storm — ou tempestade brasileira, nome dado ao bom momento dos surfistas do país — segue com força. O principal nome continua sendo Gabriel Medina. Atual vice-campeão mundial, o paulista está na Austrália desde o início do mês e não pensa em outro resultado senão o título. A expectativa é, pelo menos, repetir a atuação de 2014, quando se sagrou o primeiro brasileiro campeão do mundo. “Estou bem animado, concentrado, preparado, pronto para ir bem”, destaca o atleta, de 23 anos.
Último brasileiro a conquistar o mundo, Adriano de Souza, o Mineirinho, também é um dos candidatos ao topo do ranking ao fim das competições. O campeão de 2015 confessou ao Correio que não foi capaz de focar na disputa na última temporada. “Espero que este ano eu consiga novamente entrar em conexão com a competição. A ressaca do título pesou bastante”, avaliou.
Mineirinho, assim como Medina, espera repetir suas melhores performances e levar o caneco após a última etapa, em dezembro, no Havaí. “A meta é ser campeão mundial. Chegar a Pipeline novamente com chances de título. Esse vai ser meu foco. Quero muito voltar a brigar por esse espaço e estou superdisposto a atingir esse objetivo”, comentou.
Além de Gabriel Medina e Adriano de Souza, outro brasileiro pode ser apontado como um dos postulantes ao título: trata-se de Filipe Toledo, quarto colocado no circuito em 2015. “Foi o meu melhor ano. Em 2016, comecei bem, mas tive uma lesão que me atrapalhou. Quero iniciar bem para garantir confiança a cada etapa”, projetou Filipinho.
Inicialmente, o início das disputas estava marcado para ontem (13), às 18h, horário de Brasília. No entanto, as ondas australianas não colaboraram e a primeira bateria foi remarcada para hoje, também às 18h. O primeiro brasileiro a cair na água é o estreante Ian Gouveia. Já na segunda bateria, o pernambucano enfrenta os australianos Stuart Kennedy e Matt Wilkinson, atual vice-campeão do mundo.
Lendas na disputa
O americano Kelly Slater e o australiano Mick Fanning são os dois principais campeões mundiais na disputa para 2017. Ambos, ao lado do atual vencedor do Mundial, John John Florence, devem ser os adversários mais complicados para os brasileiros. Após ano sabático, Fanning vai voltar a competir em todas as etapas do circuito. Em 2015, a morte do irmão e o incidente com um tubarão fizeram com que o australiano disputasse apenas cinco das 11 etapas na temporada passada. Mesmo assim, o tricampeão ainda levou um troféu para casa: foi o vencedor em J-Bay, África do Sul, mesma praia em que sofreu o ataque do animal um ano antes.
Apesar de considerá-lo um rival complicado na briga pelo topo do mundo, Adriano de Souza vibrou com a volta do amigo Mick Fanning. “O retorno dele só eleva o nível da competição, pois não vem para perder. Minha relação com ele é ótima, é um grande cara”, contou.
Mesmo sem ser campeão desde 2011, Kelly Slater nunca pode ser descartado entre os favoritos ao título. Com 11 taças do Mundial em casa, o americano deve competir pela última vez em todas as etapas do circuito. Sem data para se aposentar, Slater tem como grande foco os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
Silvana nas ondas
O Brasil também terá uma representante no circuito feminino em Gold Coast, na Austrália. Silvana Lima está de volta à elite do esporte após ser a campeã da divisão de acesso em 2016. A cearense, de 31 anos, é a melhor surfista brasileira atualmente e foi vice-campeã mundial duas vezes: em 2008 e 2009.