Opinião

MULHERES – ROMPENDO PRECONCEITOS

Fotos: Graci Ourives de Miranda

“(…) homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;” Constituição 1988, Título II, Cap. I, Art. 5º-I.

O movimento e a labuta continuada das mulheres brasileiras e mato-grossenses têm sido relevantes para ascensão feminina no espaço político. Em Mato Grosso tínhamos uma população, conforme censo de 2010, de 3.035.122, sendo o total de homens-15.495.36. Deste total, com 16 anos, 29.317.  Mulheres, 14.855.86. Com 16 anos 28.670, segundo (IBGE-2010). Nota-se que há obstáculos a serem vencidos. Existe resistência de eleitores votarem em mulheres? Isto merece reflexão profunda da sociedade. As mulheres em seus discursos ininterruptos clamam por igualdade e desenvolvimento, principalmente por maior número de mulheres no espaço da política. As mulheres, em suas palmilhadas firmes, sonham com uma sociedade igualitária e estão rompendo barreiras, pois dentre os 141 municípios. Segundo o analista Carlos Soares STI/CSE/SECAD-Tribunal Regional Eleitoral-TRE, temos a presença de “17” mulheres prefeitas, sendo 12,60%, enquanto homens, 87,40%.

Devemos fomentar a participação feminina para que existam equilíbrio e engajamento da mulher. Em 2016 havia 15 mulheres eleitas. Mas, por algum procedimento jurídico, houve as “eleições suplementares”, e mais mulheres foram eleitas. A Lei nº9.504, de 30/09/1997, “estabelece normas para eleições”. Na modernidade das leis temos um exemplo de mulher que enfrentou o discurso dos grupos ‘masculinos’ nos acirrados debates. Foi em Várzea Grande-MT, onde Lucimar Campos, que ultrapassou diversas barreiras, venceu o conservadorismo e ganhou as eleições.

A representação das mulheres em sua maioria visualiza os debates políticos como batalha árdua a ser vencida. Nota-se que elas se articulam exaustivamente para participar dos processos decisórios para que algum membro da família exercite o poder. Raramente encontramos núcleo familiar incentivando a mulher a se candidatar e participar da esfera pública.

A relevância da participação no espaço político foi visualizada com naturalidade pela desembargadora Maria Helena Póvoas, que diz: “(…) Tenho sérias restrições às cotas (…) quem quiser, entre na roda! (…)” As mulheres batalham arduamente para se enquadrar no mundo dos iguais e assim ocupar o espaço que lhe é de direito na esfera do poder. A mulher tem sempre um olhar de soluções para os problemas sociais.

As fotos do Morro da Luz ensejam discussão para mudar a caótica realidade do momento, primeiramente retirando os obstáculos do preconceito para que a sociedade tenha esperanças. Os gêneros devem estabelecer união em suas bases para ser transformadores dos diversos mundos, tanto ecológico quanto humano. Na Câmara de Vereadores de Cuiabá-MT (2016) nenhuma mulher foi eleita, sendo manifesta a postura das sombras do resquício de ‘eleitor conservador’ no eleitorado do Estado.

A participação da mulher no processo democrático deve ser discutida pela sociedade.       Basta dizer que nenhuma mulher foi presidente da Assembleia Legislativa e nem sequer do Tribunal de Contas do Estado-TCE.  Competência feminina existe, mas o  ‘machismo’ ainda grassa em algumas ‘mentes’ retrógradas. É notório quando visitamos as imagens expostas nas galerias. Na prefeitura predominam as fotos de homens desde 1910. A cultura democrática necessita de equilíbrio das chancelas, nos relevantes cargos, para que existam alternâncias dos sexos. 

Prefeitos da cidade de Cuiabá/MT

Nome

Período em exercício

Cel. Amarílio Alves de Almeida

1909-1910

Cel. Avelino de Siqueira

1910 – 1911

Cel. Manoel Escolástico Virgílio da Silva

1912 – 1914

Alexandre Magno Addor

1918 -1920

Cel. José Antônio de S. Albuquerque

1917-1921 e 1923-1927

Antônio Manoel Moreira

1924 – 1926

Dr. Fenellon Müller

1927 – 1930

Bel. Júlio Strübing Muller

1930 – 1934

João P.de Arruda

1932-1934

Benjamim Duarte Monteiro

1934

Dr. Alvaro Pinto de Oliveira

1934-1937

Profº Isaac Póvoas

1937-1941

Manoel Miraglia

1941 -1946

Aquiles Verlangieri

1945

Leonel Hugney

1947 – 1951

Delphino S.R.de Mattos

1951

Farm. Manoel S.de Campos

1951

Gonçalo Antunes de Barros

1951- 1955

Engº José Garcia Neto

1955-1959

Dr. Hélio Palma de Arruda

1959-1961 e 1961-1963

Profº Aecim Tocantins

1961

Dr. Vicente Emilio Vuolo

1962-1966

Engº Frederico C. S. Campos

1967-1969 e 1989-1993

Dr.Bento Machado Lobo

1969-1971

Benedito Alves Ferraz

1971

José Villanova Torres

1971-1975

Gulio Luiggi Bello

1975

Dr. Manoel R. Palma

1975-1979

Dr. Gustavo Arruda

1979-1983

Engº Anildo L. de Barros

1983-1985

Wilson A. Coutinho

1985

Dr. Estevão T. da Silva

1986-1987

Alfredo P. da Silva

1987

Engº Dante M. de Oliveira

1986 e 1993-1994

Cel. José Meirelles

1994-1996

Carlos Brito de Lima

1996

Roberto França Auad

1997- 2000 e 2001-2004

Wilson P. dos Santos

2005-2008 e 2009-2010

Jacy Ribeiro Proença

2005-2008 (interina, 6 ocasiões)

Chica Nunes

2006 (Presidenta da Câmara)

Francisco Galindo

2010-2012

Julio Pinheiro

2011 e 2012

Deucimar Silva

2011

Fernando Biral Freitas

2012

Mauro Mendes

2013

Emanuel Pinheiro                                                                            Atual

Fonte: Nome/números extraídos- Prefeitura Cuiabá-MT. Ideal. Graci O. Miranda.  Gráfico: Dr. Mauricio Henrique dos Santos Lopes.

Quantas transformações no ecossistema manifestas nas imagens?  Vamos ser céleres!  Unir a sociedade e questionar as desigualdades que são doloridas aos nossos olhos. É premente mudar o contexto histórico.  Assim, com maior número de mulheres na política, salvar as vidas das plantas e dos doentes pelo ilícito ‘droga’. É relevante a beleza natural, a cor verde-oliva da vegetação. As imagens das plantas (2014) revelam respeito do cidadão para com o ecossistema, e nossos pulmões agradecem! As folhas verdes reluzem, como se um coração estivesse pulsando e alterando o regime de frescor através dos ‘ventos’. Capítulo – VI Art.225, §1º -VII “proteger a fauna e a flora, (…)” notar-se-á que não existe a preservação do Morro da Luz. As árvores nos trazem efeitos benéficos, umidade atmosférica, propiciando frescor, e mitigando o excesso de gás carbônico na atmosfera (Efeito Estufa).  Em 2017 apresenta-se uma diferença abrupta. A natureza denuncia o descaso do poder público com o ecossistema. 

Com maior representação feminina poderemos obter o retorno da cor verde- oliva, também para superar as desigualdades politicas. É revigorante imaginar a revitalização dos espaços vazios, esquecidos pelos gestores. Floresta é vida! Combater o desmatamento é estabelecer o mundo dos iguais e cumprir a Constituição de 1988. O Morro da Luz, como apontam as imagens, está esquecido. Há que se notar que existe resquício de ‘coronelismo’.

Mulher representa: bravura, transparência e labuta para implantar a bandeira da igualdade, fraternidade e defesa do ecossistema. Os eleitores sempre esperam maior firmeza e liberdade com as mulheres no poder. As mulheres ‘com pouco fazem muito’. Vamos refletir sobre o pêndulo. Há de existir harmonia com equilíbrio na balança. Elas têm um olhar mais humanizado. A presença feminina nos debates políticos pode minimizar as injustiças sociais, tais como; a fome e ‘droga’.

Será possível estampar que em Mato Grosso temos mulheres que honram o hino brasileiro “um filho seu não foge à Luta”. Dessa forma, a juíza Selma Arruda tem articulado ações efetivas para desmantelar organizações criminosas. O olhar da magistrada, é exemplo de posturas éticas e como mulher, é diferenciado e traz de volta o orgulho para o cidadão.  Dentre tantas mulheres éticas, sito mais uma: a promotora Ana Luiza Ávila Peterlini Souza, foi superintendente da SEMA,  ávida de pelo verde e para cumprir a Constituição, se embrenhava nas florestas para fazer cumprir a Lei. Existem muitas competências femininas anônimas.

Sejamos céleres! Avante, para reconhecer a eficiência feminina para quaisquer funções. Com maior representatividade feminina teremos sorrisos nos lábios e muita alegria ao nos deparar com a igualdade.  Com isso, todos os gêneros habilitando as suas chancelas para minimizar as injustiças!

Graci Ourives de Miranda é professora/escritora-voluntária.

Referência:

MIRANDA, G. O. Mulheres de Matto Grosso. 1ª Ed. Cuiabá: Ed. Gráfica Print, 2015.
MIRANDA, G. O. Homens de Mato Grosso. 2ªed. Cuiabá: Editora Print, 2014.

PÓVOAS, Maria Helena. “A participação feminina na política e em outros segmentosDebate na OAB, TRE 26/08/2015.

http://www.tre-mt.jus.br/imprensa/noticias-tre-mt/2015/Agosto/em-debate-na-oab-desembargadora-maria-helena-se-manifesta-contra-cotas-para-publico-feminino.

<http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=mt> IBGE/UE/MT. tab- 1552.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9504compilado.htm >

< www.tre-mt.jus.br>

 

 

GRACI OURIVES DE MIRANDA

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