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Mulheres indígenas de Mato Grosso levam demandas dos povos a conferência no DF

Reunidas entre os dias 7 e 10 de julho na aldeia Pé de Mutum, Terra Indígena Japuíra, mulheres de diferentes etnias de Mato Grosso protagonizaram a 5ª Assembleia das Mulheres Indígenas do estado. O evento marcou a etapa estadual da Conferência Nacional das Mulheres Indígenas e resultou na eleição das novas coordenadoras do Departamento de Mulheres da Fepoimt (Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso). Com o lema do fortalecimento dos saberes tradicionais e da ocupação de espaços políticos, o encontro apontou caminhos concretos para enfrentar desafios nos territórios.

Durante a assembleia, foram discutidos cinco eixos centrais: direito e gestão territorial, emergência climática, saúde, educação com transmissão de saberes ancestrais e políticas públicas com foco no combate à violência de gênero. Mulheres indígenas relataram violações graves nos atendimentos de saúde, como violência obstétrica e a dificuldade de acesso a tratamentos especializados. Também denunciaram a ausência de políticas que respeitem práticas tradicionais como o acompanhamento de pajés e parteiras.

Na área da educação, os debates apontaram para a urgência de fortalecer o ensino bilíngue e valorizar a alimentação tradicional nas escolas. As participantes denunciaram o impacto negativo do consumo de alimentos industrializados nas merendas e propuseram a adoção de cardápios locais, com base na agricultura indígena. Aplicativos, materiais escolares e conteúdos no idioma materno de cada povo também foram apontados como fundamentais para manter a cultura viva nas novas gerações.

A assembleia ainda elegeu as delegadas que representarão Mato Grosso na etapa regional da conferência, em Rio Branco (AC), rumo à I Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, que ocorre em agosto, durante a IV Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília. A nova coordenação do Departamento de Mulheres da Fepoimt também foi definida, com o compromisso de seguir unindo lideranças e enfrentando os desafios impostos às mulheres indígenas. “Nosso movimento está mais forte, mais unido e mais preparado para garantir que nossas vozes sejam ouvidas nos espaços de decisão”, afirmou Maria Anarrory Yudjá, coordenadora geral eleita.

joaofreitas

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