Após a divulgação da foto de Frederico Adriano, 41 anos, na imprensa, novas denúncias chegaram à delegacia. Conforme Pacífico, o homem é suspeito de, pelo menos, sete estupros. Os crimes sexuais teriam sido praticados após a fuga dele do HCTP (Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico) Professor André Teixeira Lima de Franco da Rocha, no dia 8 de janeiro deste ano.
Considerado foragido, o homem cumpria pena de 18 anos e oito meses de reclusão em regime fechado por ter cometido três estupros. A internação dele era por prazo indeterminado e previa, pelo menos, mais três anos, em reclusão total, sem qualquer benefício, por causa da alta periculosidade.
Pacífico diz que a mulher "agia conjuntamente" com o companheiro.
— Ela era comparsa. Ora, ia ela marcar consulta, ora, ia ele.
O delegado acrescenta:
— Ele utilizava, às vezes, essa companheira para marcar consulta para ter o horário definido, sabendo, então, que não estaria mais gente aguardando, já que as dentistas trabalham com horário marcado. Ao invés de ela [suspeita] ir, ia ele e dizia que a mulher tinha marcado consulta e que queria saber se ela estava lá. Daí, ele se certificava de que não tinha ninguém no consultório, já que o horário seria da mulher, então, agia.
A jovem, de 21 anos, que está no 89º DP, nega. Segundo Pacífico, a Justiça acolheu o pedido de prisão temporária dela. A duração é de cinco dias.
— Ela disse que não sabia de nada. Disse que ficou sabendo, quando viu a notícia em Florianópolis.
Mas o delegado revela que uma das vítimas teria reconhecido a mulher.
— Estou ouvindo mais uma vítima que foi abusada sexualmente por ele [Frederico Adriano], e quem marcou a consulta foi ela [suspeita].
Prisão
A mulher foi presa em uma pensão no centro da capital paulista. O local era monitorado pela polícia.
A suspeita contou, segundo o titular do 30º DP, que havia viajado com Frederico Adriano para Curitiba e Florianópolis. Quando retornaram a São Paulo, foram para outro hotel, nas imediações do Terminal Tietê. Conforme o delegado, os dois teriam reservado passagem para voltar a Curitiba.
Os policiais planejavam uma abordagem no segundo hotel, mas receberam a informação de que o suspeito iria à pensão no centro da cidade.
— Acredito que ele tenha ido ao hotel, na avenida São João, para pegar alguns pertences. Só que, com já estava preocupado porque a polícia estava na bota dele, muito astuto, pediu que a mulher entrasse para checar se tinha alguma coisa suspeita.
O delegado conta que Frederico Adriano observou tudo de cima do Minhocão.
— Ele mandou a mulher como isca para ver o que estava acontecendo e ficou à espreita. Quando viu chegar a polícia, fugiu. Foi por um triz.
Junto com ela, os policiais apreenderam a arma de pressão usada pelo suspeito para coagir as vítimas, celulares, documentos dele.
O crime
O homem suspeito de ter estuprado uma dentista, 37 anos, e a recepcionista, de 36, durante o assalto ao consultório dentário em Tatuapé, zona leste de São Paulo, marcou uma consulta dias antes do crime, segundo informações do boletim de ocorrência. O crime aconteceu por volta das 15h.
Ainda de acordo com boletim, o suspeito teria esperado uma paciente sair da sala de atendimento e usando uma arma de fogo obrigou a mulher e mais as outras duas vítimas a deitarem no chão.
Depois teria levado a dentista até uma sala de esterilização, onde a forçou tirar a roupa e a obrigou ter relações sexuais com ele. Após o abuso, o homem voltou à primeira sala e passou a mão nas partes íntimas da recepcionista. Ele roubou documentos, dois celulares, um notebook e R$ 790 do consultório.
Dentistas queimados
A violência contra os dentistas tem sido frequente. O dentista Alexandre Peçanha Gaddy, de 41 anos, morreu em junho, uma semana depois de ter 60% do corpo queimado durante um assalto. Naquele dia, Gaddy havia ficado até mais tarde para esterilizar equipamentos. O crime aconteceu no consultório em que trabalhava na rua dos Periquitos, na Vila Tatetuba, zona leste de São José dos Campos, a 97 km de São Paulo.
Outro caso envolvendo uma dentista chocou o País em abril deste ano. Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, foi queimada viva durante um assalto dentro de seu consultório, na rua Copacabana, bairro do Jardim Anchieta, em São Bernardo do Campo. Cinthya disse que estava com pouco dinheiro, mas forneceu o cartão do banco e a senha. Os criminosos sacaram R$ 30 da conta da dentista em um banco próximo ao local do crime. Segundo informações da polícia, eles queimaram a vítima por não terem conseguido levar mais dinheiro.
R7