Cidades

Mulher de Abdelmassih pode ser expulsa do Paraguai, diz diretor

 
O ex-médico foi preso na terça-feira (19) em Assunção. Ele foi expulso e cumpre pena em Tremembé, no interior de São Paulo. Abdelmassih tem 70 anos e era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil. Ele foi condenado pela Justiça a 278 anos de reclusão pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra pacientes.
 
“Temos uma certeza, que é a de que Roger Abdelmassih nunca entrou no Paraguai com esse nome. Não há registro da entrada dele de maneira legal no país. Ainda não temos em mãos o documento com o nome que ele usou para entrar e nem como ele entrou no país, mas não foi legalmente. Por isso ele foi expulso, pois o governo paraguaio não é conivente com a permanência de pessoas ilegalmente aqui, seja ele criminoso ou não em seu país de origem”, disse Kronawetter.
 
O diretor de Imigração disse que a investigação que seguirá a partir de agora será integrada entre várias instituições paraguaias.
 
“Caberá ao Ministério Público apurar a situação da mulher e dos filhos dele [Roger]. Como já temos certeza de que ele entrou ilegalmente, é muito provável que a família dele tenha feito a mesma coisa, que tenham entrado ilegalmente no Paraguai. Com o nome original ele não entrou no país.”
 
Ainda segundo Kronawetter, o Departamento de Identificação da Polícia Nacional está apurando a documentação da família do ex-médico. “Ele entrou clandestinamente no país, usou documentos apócrifos, falsos, não há existência de vida lícita dele [Roger] aqui. A partir de agora, queremos saber a situação da mulher e dos filhos dele.”
 
A investigação vai permitir, por exemplo, saber se Roger Abdelmassih cometeu outros crimes no Paraguai. “Não temos certeza ainda como Larissa Sacco entrou no país, mas é muito provável que ela tenha usado a mesma estratégia do marido. Se eles usaram documento falso, isso tem uma consequência jurídica, que é a expulsão do país. Se eles usaram documentos falsos para abrir ou movimentar contas bancárias, eles poderão responder por lavagem de dinheiro. Se a primeira hipótese se confirmar [uso de documentos falsos], os filhos e a mulher dele seguramente poderão ser expulsos”, disse Kronawetter.
 
Rede de contatos
 
Para conseguir viver no anonimato, ostentando luxo e desfrutando de conforto, o brasileiro contava com apoio de uma rede local de proteção que incluiu políticos, policiais corruptos e até dirigentes internacionais de futebol, segundo o ministro antidrogas do Paraguai, Luis Alberto Rojas.
 
Apesar de ter feito o apontamento, a autoridade local não quis revelar nomes para não atrapalhar as investigações, que agora deverão ser comandadas pelo Ministério Público do Paraguai e pelo órgão responsável pela imigração do país.
 
Essa influência de Abdelmassih fez com que ele pudesse passar três anos no Paraguai sem ser incomodado, principalmente pela polícia do país. "Ainda não sabemos se esse apoio influente que ele tinha o ajudou a entrar no país, a permanecer no país como estava, a talvez usar documentos falsos. Isso ainda está sendo investigado, a mulher dele será chamada para prestar depoimento sobre os documentos dos filhos, dela e do próprio Roger", disse Rojas.
 
Segundo a investigação do governo paraguaio, Abdelmassih levava vida de luxo, tinha babás, cozinheira, enfermeira, chofer, seguranças, frequentava restaurantes caros e exclusivos com a mulher e usava o nome Ricardo.
 
"A gente achava que ele era um embaixador brasileiro ou um empresário milionário. Ele se mudou para essa casa há três anos, foi quando começou a ter movimento na casa. Eles trocavam de empregados de dois em dois meses", disse um dos moradores, vizinho de calçada.
Rojas também afirmou que Abdelmassih morava em uma casa luxuosa em um bairro nobre da capital paraguaia, pela qual pagava um aluguel de US$ 2,5 mil. "Para muita gente ele se identificou como empresário do ramo de investimento em projetos sociais", disse o ministro parauaio. O ex-médico usava o nome Ricardo.
 
Um dos automóveis era um Mercedes modelo E 350, em nome de Juan Gabriel Cortaza. A polícia informa que o carro foi vendido, mas não foi transferido por Abdelmassih. Já para os filhos, havia num Kia Carnival modelo 2012, em nome da empresa Gala Import e Export S/A.
 
O ex-médico era monitorado por uma equipe da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) e da Polícia Federal brasileira há oito dias.  Abdelmassih foi preso quando saía de um estabelecimento comercial, no bairro Villa Morrá, em Assunção, às 14h30. Ele estava acompanhado da mulher.
 
G1

Redação

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