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Mulher condenada a 16 anos de reclusão por acobertar abusos sexuais sofridos pela filha é presa em MT

A Polícia Civil de Guarantã do Norte (720 km de Cuiabá) cumpriu, nesta quinta-feira (8), um mandado de prisão contra uma mulher de 44 anos. Ela foi condenada a 16 anos de reclusão por acobertar e omitir os abusos sexuais sofridos pela própria filha, quando a vítima era adolescente. Os episódios de violência sexual resultaram na gravidez da menor.

O crime ocorreu no município de Novo Mundo, no sítio onde a família morava e local onde a filha sofreu os abusos sexuais precedidos de ameaças e que começaram quando a vítima tinha apenas 13 anos. A Polícia Civil instaurou inquérito em setembro de 2022, quando recebeu a denúncia dos fatos ocorridos, e foi requerida a prisão preventiva do pai da vítima, detido no mesmo ano.

A mãe, de 44 anos, também foi investigada como cúmplice por ter se omitido aos crimes ocorridos, uma vez que também era responsável em assegurar a integridade física e psíquica da filha. Ela foi sentenciada judicialmente da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o que resultou na emissão do mandado de prisão.

Abusos desde a adolescência

Quando o crime foi denunciado à Polícia Civil, a vítima estava com 21 anos e contou em depoimento que os abusos começaram aos 13 anos, com toques lascivos do agressor junto com ameaças de castigos físicos, caso ela contasse a alguém. Ao fazer 17 anos, o pai se aproveitou de uma situação em que ficou a sós com a filha e forçou a primeira relação sexual.

O inquérito policial destacou que a comunidade, onde a vítima vivia, tinha conhecimento do que ocorria. Contudo, nenhuma denúncia anterior chegou aos órgãos assistenciais, de proteção ou da polícia para auxiliar a jovem. O autor do estupro apresentava um cuidado excessivo e ciúmes em relação à vítima.

Os abusos ocorriam quando ele esperava todos da casa dormirem e ia ao quarto da filha. Em outras vezes, inventava desculpas para que a vítima o acompanhasse até determinado lugar e a arrastava para o mato, onde forçava relações sexuais. Se ela se recusava, ele a agredia com tapas, puxões de cabelo e até mesmo com uma corrente.

Violência psicológica

A violência não era apenas física e sexual. A vítima era privada de manter contato com outras pessoas relacionamento, até mesmo a conversar com os próprios irmãos. Ao completar 18 anos e descobrir como utilizar métodos contraceptivos, ela foi impedida pelo pai. Entre outras proibições, não podia ter senha no celular e ele tentou quebrar o aparelho ao descobrir que a filha havia anotado o número da polícia.

Ao saber que a filha tinha conhecido um rapaz, com quem se correspondia por uma rede social, o criminoso a proibiu de manter contato e quebrou o celular da vítima. Pouco tempo depois, ela contou sobre os abusos que sofria ao rapaz, com que começou a namorar, e ele a encorajou a procurar ajuda da polícia.

João Freitas

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