Uma certa imprevisibilidade econômica é colocada pelo presidente em exercício da CDL Cuiabá, João B. Rosa, como fator de redução dos índices de vendas natalinas e, portanto, da empregabilidade para a data. “Temos indicadores contraditórios e incompatíveis com uma economia estável – estamos vivendo momentos de incertezas, o que inibe investimento e pode influenciar não apenas na redução da empregabilidade, mas também diminuir a efetivação dos temporários”, informa ele. “Mas, Natal é o período de mais vendas no calendário comercial, por isso, mesmo com esta imprevisibilidade, acreditamos em incremento das vendas entre 3 e 5 % e paralelamente a esta expectativa a contratação de pessoal a mais para reforçar o atendimento”.
Segundo a pesquisa CNDL/SPC a maior parte (48%) das empresas contrata a mão-de-obra extra em novembro, enquanto que 27% pretendem iniciar as seleções em outubro e 5% no mês de dezembro. Na capital mato-grossense, divulga a CDL Cuiabá, o grande número de recrutamentos e análises de currículos começa em outubro, e a contratação, na maioria das empresas de Comércio, é mesmo realizada em novembro, visando aproveitar o contrato é de experiência, podendo ser de 30, 60 e no máximo 90 dias, para cobrir as férias das equipes fixas e ainda avaliar o perfil do temporário em face dealguma vaga existente. Um aspecto diferente é com relação a microeempreendimentos que contratam no máximo um funcionário a mais para trabalhar entre os dias 10 e 30 de dezembro, compreendendo, realmente, as semanas de grande movimentação.
Efetivando – Preencher vagas preexistentes é outra meta que pode ser alcançada com este teste de Natal – não é difícil alguém desempregado ou querendo mudar de cargo começar 2014 com novidades no âmbito profissional. Os lojistas estão avaliando novos candidatos e algumas empresas mantêm cadastros de pessoas que se desempenharam bem como temporários nos anos anteriores.
Exemplo disso é da loja BLM, de Cuiabá. Para o Natal serão contratados em média 20 vendedores, a partir de novembro, estendendo o contrato até janeiro. “São duas pessoas para cada loja”, esclarece a analista de Recurso Humano, Rosane Cavalcante Bezerra da Silva. “Temos uma lista de prestadores de serviços de datas anteriores e que se destacaram. E convocamos ainda funcionários que se desligaram da nossa empresa por que o expediente não era compatível com o horário da faculdade deles, mas o serviço bem prestado os coloca como excelentes opções para freelancer. Candidatos em geral igualmente serão pré-avaliados pelo currículo”.
Thalyta Nathália, auxiliar-administrativo da A Japonesa, fala que a loja também contratará uma vendedora para as vendas referentes às festividades de final de ano.
A maior parte das vagas são para vendedores (32%), função de caixa (16%) e estoquistas (13%). Mas, o emprego temporário é apenas a porta de entrada e o plano de carreira pode ganhar um plus rapidamente: as lojas estão utilizando este contrato de experiência para analisar os perfis – há vagas nas equipes fixas para contabilistas e caixas, vendedores, supervisores e gerentes, entre outras.
“Se a freelancer for uma pessoa de bom desempenho vamos efetivar em janeiro”, conclui Thalyta. “Entre os empregados neste final de ano será feita uma seleção para cobrir vagas existentes na área de vendas, contratando os de melhor desempenho”, afirma Rosane.
A pesquisa CNSL/SPC Brasil mostra que cerca de 33.097 do total de 233.149 temporários devem ser admitidos pelas empresas. Um dos fatores mais colocados como impeditivo de contratação pela Iniciativa Privada, além da falta de mão-de-obra capacitada e de pessoas com perfil profissional, é o alto custo (carga tributária) sobre a folha salarial.
No entanto, justifica a analista de RH da BLM, “não ter pessoal disponível e treinado pode significar perder clientes ou não realizar o trabalho dentro do objetivo da função de cada área, argumenta ela, pontuando que a carga tributária é alta, realmente. Mas, faz parte do negócio – reter talentos e pessoas que fazem a diferença na concorrência de mercado – sem deixar de contemplar o lado humano. É preciso realmente colocar os custos na planilha, selecionar bons profissionais, treinar e realizar o melhor trabalho, contextualiza Rosane. “O diferencial em qualquer empresa são as pessoas, sem dúvida, influenciando para que uma loja alcance mais vendas do que outra, fidelize mais clientes ou perca clientes”.
