Crescer, aprender e se reinventar: a beleza da transformação
Outro dia me disseram que mudei. Não sei se era elogio ou crítica, mas apenas sorri e segui em frente. Não perguntei “para melhor ou para pior? ” Porque, no fundo, não importa. O mundo também mudou e nem por isso fiquei questionando o mundo. Talvez tenha sido ele que me mudou. Tanta coisa se transformou que, inevitavelmente, eu também me transformei. Um dia nunca é igual ao outro, então por que eu precisaria ser?
É claro que minhas opiniões mudam. O que eu sei hoje pode desmoronar amanhã. Já perdi a conta de quantas certezas se tornaram dúvidas – e tudo bem. A vida é um jogo de tentativa e erro, e aprender a desapegar de verdades absolutas faz parte do processo. Ou você acha que eu ficaria insistindo em algo que acabei de descobrir que estava completamente errado?
Mudar não é fraqueza. Pelo contrário, é sinal de inteligência. Quem faz terapia sabe: a gente se redescobre, se reinventa, descobre novas camadas sobre si mesmo. Se você olhar para o seu eu de 10, 20 ou 30 anos atrás, será que ainda se reconhece? Eu não. E se você folhear um álbum antigo meu, talvez também não me reconheça. E se não mudasse nada, aí, sim, eu teria um problema.
Outro dia me disseram que mudei, e francamente, quase agradeci e dei um abraço. Tenho horror à mesmice. Eu ficaria chateado se alguém dissesse que sou a mesma pessoa de anos atrás. Imagina o tédio de passar o tempo sem aprender nada novo?
Mas se você se olhar no espelho hoje e enxergar a mesma pessoa de antes, tudo bem. Talvez seja assim que você se sente confortável, e não há problema nisso. No fim das contas, o importante é estar bem com quem você é. feliz mesmo é quem gosta do que vê no espelho. Não o da parede, mas o da alma. Aquele que a gente não enxerga com os olhos, mas sente.
E se um dia alguém disser que você mudou, sorria e agradeça – porque ficar parado é a pior coisa que pode acontecer.
@enricopierroofc
Foto Capa: Reprodução