Mais do que um alimento presente no dia a dia dos brasileiros, o queijo tem se consolidado como um dos pilares da agroindústria em Mato Grosso. Entre os diversos derivados lácteos, a muçarela se destaca como protagonista dessa transformação. De acordo com o Diagnóstico da Cadeia Leiteira de Mato Grosso, elaborado em 2022 pelo Imea e pela Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (MT Leite), 75% da produção de derivados nas cooperativas entrevistadas é destinada exclusivamente à fabricação do produto.
O levantamento também revela que 44,11% do leite captado pelas cooperativas é direcionado à produção de muçarela, superando com folga o leite UHT (longa vida), que representa 18,33%. A preferência dos consumidores e a rentabilidade desse tipo de queijo têm levado indústrias e cooperativas a investirem cada vez mais na agregação de valor, deixando de lado o foco exclusivo no leite fluido para apostar em produtos com maior margem de lucro.
Com mais de 455 milhões de litros de leite produzidos em 2023, Mato Grosso ocupa atualmente o 12º lugar no ranking nacional, segundo o IBGE. Esse crescimento se reflete em iniciativas regionais, como a da Cooperativa Agropecuária do Noroeste do Mato Grosso – Coopenoroeste/Lacbom, onde o vice-diretor Wagner Vasques Bello acompanha de perto a produção diária de cerca de 12 mil litros de leite transformados em muçarela. “Cada produto tem seu público, e juntos eles fazem a diferença no nosso resultado”, afirma o cooperado.
O impacto econômico se estende também ao aspecto social, principalmente em municípios do interior. “O leite tem força, e quando vira queijo, requeijão, doce… aí sim é que ele chega com gosto na casa das pessoas”, reforça Wagner. Atualmente, 90% da produção permanece em Mato Grosso, abastecendo supermercados e comércios locais. Os demais 10% são destinados a mercados de outros estados.
A expansão da cadeia leiteira no estado também tem sido impulsionada por ações institucionais da MT Leite, que vem reforçando o papel estratégico do setor por meio de campanhas, ações educativas e articulação com o poder público. Para o presidente da associação, Antônio Carlos Carvalho de Sousa, a muçarela representa mais do que um produto de mercado: “É o verdadeiro elo entre o campo e a mesa do consumidor. Um ingrediente simples que entrega valor, sabor e identidade”.