Entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013, o estado de Mato Grosso foi quem mais desmatou na Amazônia. As áreas de alerta de desmatamento e degradação somaram 319,83 km², representando mais de 50% do desmatamento registrado em toda a Amazônia, que apresentou 615,4 km² de áreas desmatadas. Os dados incluem a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta.
Os números são ainda mais alarmantes se forem levados em consideração que entre novembro e abril é época de chuvas na Amazônia e a observação por satélites se torna mais difícil devido à intensidade de nuvens que cobrem a região.
De acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luciano de Menezes Evaristo, em entrevista para Agencia Brasil, o índice ainda não comprova o aumento de desmatamento na região.
“Não se pode dizer que com o aumento de alertas houve o aumento de desmatamento. Isso porque o Deter, que tem um componente de degradação florestal que pode se tornar ou não em desmatamento. Temos que aguardar o período Prodes [Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia] em julho para ser definido se aquela degradação foi realmente corte raso [desmatamento]”, afirmou.
Segundo a Organização Não Governamental Instituto Centro de Vida (ICV), os números não surpreendem, mas apenas confirmam os dados divulgados pelo Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A ONG apontou que a provável causa do aumento são os indicativos de políticas públicas aprovados de maneira precipitada no ano passado, como o Código Florestal.
Prodes – O último balanço anual de desmatamento divulgado pelo Inpe apontou que 4.656 km² da Amazônia haviam sido destruídos entre agosto de 2011 e julho de 2012. A área, calculada pelo sistema Prodes, equivale a mais de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O Prodes consolida dados coletados ao longo de um ano por satélites, capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares. São contabilizadas apenas áreas há remoção completa da cobertura florestal.
DC