Mato Grosso tem 45.065 pessoas indígenas vivendo em territórios originários, número que corresponde a 77% da população total. Esse é o maior percentual do Brasil, conforme o recorte do Censo Demográfico 2022 divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Logo atrás de Mato Grosso, estão Tocantins, com 75,98% (15.213) e Roraima com 73,38% (71.412).
De acordo com a pesquisa, a distribuição da população indígena dentro e fora das terras originárias é desigual entre os estados brasileiros.
Segundo o levantamento, 131 municípios de Mato Grosso têm população indígena residente. A capital mato-grossense, Cuiabá, possui 1.472 indígenas (0,23%) e Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, 460 (0,15%).
Confira abaixo o ranking dos municípios com maior número de população indígena no estado:
- Campinápolis – 8.453
- Barra do Garças – 4.082
- Gaúcha do Norte – 2.492
- General Carneiro – 2.281
- Canarana – 2.234
- Querência – 2.038
- Paranatinga – 2.003
- Comodoro – 1.838
- Tangará da Serra – 1.785
- Nova Nazaré – 1.725
O povo Parabubure, que vive próximo ao município de Campinápolis, a 565 km de Cuiabá, é o primeiro da lista com maior número de indígenas residentes.
Segundo Marcos Antônio Ferreira, engenheiro florestal da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA-MT) e Coordenador do Subprograma Territórios Indígenas do Programa (REM-MT), o aumento da população indígena pode estar relacionado com a realização de um Censo mais rigoroso, garantindo uma maior fidelidade dos dados.
Para Marcos, outro fator que pode ter contribuído é a crescente autodeclaração indígena, ele ressalta que o povo indígena está “mais ciente do seu papel junto ao contexto da civilização”.
Cenário Nacional
No Brasil, 36,73% (622.066) dos indígenas vivem em terras indígenas. Existem 1,7 milhão de pessoas no país que se autodeclaram e se identificam como indígenas, o que corresponde a 0,89% da população total.
O recenseamento mostra a diversidade das etnias indígenas existentes no país, que apresentam diferentes modos de vida e uma enorme riqueza cultural.
Os povos indígenas passaram a ser mapeados pelo IBGE em 1991, com base na autodeclaração no quesito “cor ou raça”. No entanto, a partir do Censo de 2022, o instituto ampliou a metodologia, contando com a participação das próprias lideranças das comunidades no processo de coleta de dados e passando a considerar outras localidades indígenas além das terras oficialmente delimitadas.