O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) acionou a Justiça Estadual para pedir a imposição de medidas urgentes com o objetivo de paralisar, de forma imediata, as obras no Morro de Santo Antônio, no município de Santo Antônio de Leverger (37 km de Cuiabá). O órgão alega que os trabalhos realizados pelo Governo do Estado estão provocando danos ambientais ao local, à exceção da contenção dos processos erosivos e recuperação da área degradada.
A Ação Civil Pública (ACP) movida pela 15ª Promotoria de Justiça Cível de Defesa do Meio Ambiente Natural da Capital requer a substituição da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT), enquanto órgão gestor do Monumento Natural Morro de Santo Antônio, por uma administração provisória a ser indicada judicialmente, até a completa recuperação da área.
Nesse sentido, solicita ainda o bloqueio judicial de recursos financeiros da pasta para custeio da administração provisória, mediante apresentação periódica da prestação de contas.
Caso essa substituição não seja deferida, o MPMT solicita a adoção de medidas como: colocação imediata de barreiras físicas efetivas para impedir as visitações públicas (pedestres e veículos) e qualquer acesso ao Monumento Natural Morro de Santo Antônio; implementação de monitoramento imediato diário no local; elaboração e execução de projeto executivo, por profissional habilitado, para contenção dos processos erosivos causados pela construção da estrada a ser apresentado em cinco dias; elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada (Prad), com vistas a iniciar, imediatamente, a recuperação das degradações já detectadas pela construção da estrada, de maneira que a trilha permaneça com, no máximo, três metros de largura.
Por fim, a 15ª Promotoria de Justiça Cível requereu a condenação do requerido na reparação dos danos ambientais perpetrados na Unidade de Conservação, mediante a recuperação integral da área e demais medidas que se fizerem necessárias para a reparação integral dos danos, bem como a aplicação de multa diária no valor de R$ 10 mil em caso de descumprimento de quaisquer das obrigações.
Na ACP, a promotora de Justiça Ana Luiza Avila Peterlini de Souza argumentou que “o Morro de Santo Antônio, além de ser uma Unidade de Conservação de Proteção Integral dada a sua importância ecológica e singular como sítio natural e grande beleza cênica, faz parte da história do Estado de Mato Grosso, tendo sido tombado como Patrimônio Paisagístico, Histórico e Cultural do Estado pela Lei Estadual nº 7.381/2000”.