O MPF (Ministério Público Federal) pediu a reprovação das contas de campanha do deputado federal eleito Nelson Barbudo (PSL). O procurador eleitoral, Pedro Melo Pouchain Ribeiro, afirma haver “desproporcionalidade” na fabricação de material de campanha e omissão de despesas.
O pedido de reprovação foi publicado na última quarta-feira (5). Conforme o procurador Pedro Pouchain, Barbudo apresentou contas de gastos de 3,351 milhões de santinhos, 17.980 adesivos e 60 bandeiras de promoção eleitoral durante os 60 dias de campanha. A desproporcionalidade estaria na logística para distribuição desses materiais.
O deputado federal eleito informou à Justiça Eleitoral que contratou 17 pessoas para trabalhar em seu comitê de campanha, e além dessas outras seis prestaram serviço gratuitamente, incluindo os de contabilidade e jurídico. No cálculo apresentado pelo procurador, esse grupo de 23 pessoas teria que distribuir, individualmente, uma média de 2.428 santinhos por dia para justificar a fabricação dos 3,351 milhões.
“Considerando a improvável hipótese de que todas as 23 pessoas a serviço da campanha tinham a finalidade de distribuição dos materiais confeccionados, num cenário reduzido de 60 dias de campanha, em média aritmética simples, isso reflete um quantitativo médio de 2.428 santinhos distribuídos ao dia, por cada um dos 23colaboradores”, pontua.
Ainda conforme o procurador eleitoral, o deputado federal eleito também apresentou de R$ 7.243,98 com transportadoras para a remissão do material impresso para cidades do interior. Quanto a esses serviços, foram lançadas na prestação de dados sobre 16 gastos, mas somente sete notas fiscais foram apresentadas.
Nelson Barbudo é deputado federal eleito que mais recebeu votos em Mato Grosso nas eleições de 2018. Conforme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 126.249 votaram nominalmente nele.
