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Por falta de público no show da dupla Chitãozinho e Xororó em comemoração aos 150 anos de Várzea Grande, o Ministério Público abriu um inquérito para apurar a ineficiência da organização do evento realizado no último dia 14 de maio.
O evento com público pífio foi divulgado pelo Circuito Mato Grosso, após comentários nas redes sociais que questionavam a falta de divulgação do show comemorativo.
Na portaria publicada no dia 22 de maio, o promotor de Justiça Deosdete Cruz Junior propõe o inquérito para investigar se houve algum ato de improbidade administrativa por uma eventual contratação ilegal ou irregular dos cantores para o show.
O promotor se baseou em notícias jornalísticas, inclusive de repercussão nacional, que chamaram a atenção por conta da pouca quantidade de expectadores no evento gratuito, na qual compareceram cerca de 100 pessoas, conforme os autos.
Em razão do aniversário da cidade, comemorado no dia 15 de maio, a Prefeitura de Várzea Grande promoveu várias ações, entre entregas e inaugurações de escolas, postos de saúde, asfalto e outras obras urbanísticas, além do show com a dupla sertaneja.
Ao levar em consideração o prestígio de Chitãozinho e Xororó em seus eventos, o promotor levantou a questão da ineficiência da organização do evento, uma vez que já chegaram a reunir um público de 30 mil pessoas durante show realizado no mesmo local, no estacionamento da Univag (Universidade de Várzea Grande).
“É cediço que os cantores citados são de renome nacional e que notoriamente atraem público elevado em seus shows, tendo inclusive algumas reportagens apontado que, no ano de 2016, os cantores realizaram show no mesmo local com o comparecimento de público de cerca de 30.000 pessoas, do que se conclui possível ineficiência na organização do evento ao atrair apenas o público aproximado de cem pessoas, o que acarretou dano ao erário ao dispor gasto público elevado em benefício de poucos cidadãos”, apontou Deosdete.
Com isso, o promotor criticou a escolha dos gestores por fazer “gastos com entretenimento”, em meio a um momento de crise econômica em detrimento de melhorias na saúde, educação e saneamento básico. O que identificou como “evidente natureza de ato político”.
Ele também avaliou a escolha do show artístico pela cultura e lazer do cidadão, que foi subsidiado pelo Estado. No entanto, questionou a avaliação do “gasto considerável em promoção de evento cultural, sem o efetivo usufruto pela população”.
Deosdete disse ter consultado o portal da transparência do município, mas não foi encontrado o processo de contratação para o evento.
Outro lado
Ao Circuito Mato Grosso a Prefeitura de Várzea Grande afirmou que a realização do show feita pela Associação Cor de Mato, constituída sem fins lucrativos.
Os recursos para bancar o evento foram angariados através de incentivo cultural do Governo do Estado e de emendas da Assembleia Legislativa.
Sobre a quantidade de pessoas, a assessoria do município contestou o número de expectadores noticiados. “No evento compareceram cerca de 3 mil pessoas. Não existe essa história de 100 pessoas no show”, afirmou.