Cidades

MPE instala inquérito para investigar denúncias na Apae

Denuncias feitas pelos pais de alunos da Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE), apontam que diversas irregularidades estão sendo praticadas pela equipe gestora da unidade em Cuiabá. O documento foi encaminhado ao Ministério Público Estadual que instaurou um inquérito civil para investigar as supostas irregularidades.

Na denuncia, consta um relatório “das mães da APAE”, que apontam desvios das doações recebidas pela Prefeitura de Cuiabá e instituições privadas, de dinheiro, bens materiais, alimentos e vestuários. No documento é apontada a situação precária da estrutura da unidade e alimentação de baixa qualidade.

As mães alegam ainda, que a associação possui quantidade insuficiente de professores especializados para lidar com os alunos. Segundo os pais, a votação para presidência e direção do local, nunca pode ser acompanhado pelos pais, que sequer conhecem detalhes da prestação de contas.

O promotor responsável pelo caso, Henrique Schneider Neto salienta que o relatório encaminhado pelas mães mostra que não foram feitas prestações de conta em relação aos recursos como o do “Troco Solidário”, em parceria com supermercado Comper no valor de R$ 32 mil. 

Além de não prestação referente aos R$ 32 mil arrecadados com Lojas Havan, vendas do MT CAP que eram revertidas para a APAE, recursos de outras parcerias e eventos que a unidade obtinha. “Diante disso, imperioso se faz a instauração do presente inquérito civil a fim de iniciar as investigações atinentes aos fatos narrados”, confirmou o promotor. 

No inquérito civil, os pais confirmam que a unidade hoje recebe entre 180 e 190 pessoas com deficiência. No entanto, a capacidade é de 80 a 90 pessoas.

A superlotação seria motivada pela busca de mais benefícios. Os pais declaram ainda que as atividades de limpeza do pátio, banheiro e outros, vem sendo realizadas por alunos. Além da prática de nepotismo na unidade. Onde duas professoras, sem qualificação alguma, teriam sido contratadas para ministrar aulas. Uma delas seria filha da diretora e a outra filha de uma enfermeira da associação. 

Schneider solicitou que seja realizada vistoria in loco para averiguar a situação. “Desta forma, instaura se o presente inquérito civil objetivando investigar as supostas irregularidades na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais” ressaltou o promotor.

OUTRO LADO

A presidente da APAE Cuiabá, Eunice Vitor da Silva, afirma que as denúncias feitas são infundadas e não tem veracidade. A presidente afirma que durante toda a sua gestão fez o que muitos outros diretores não fizeram, inclusive confirma que o local passou por muitas melhorias com recursos das doações. 

Eunice que está no segundo mandato à frente da associação ressaltou ainda que sempre presta conta de todas as movimentações que faz na APAE, e que a denúncia, que foi feita por um grupo pequeno de pais, tem o objetivo de denegrir a imagem da APAE. “Eu jamais faria uma coisa dessas, isso é uma injustiça e quem está fazendo isso vai ter que provar porque vou acionar meu advogado. Tudo que faço na APAE é por amor às crianças; as denúncias são infundadas. Estou no final do mandato e como entrei vou sair”, garantiu Eunice.

 

(Fonte: DiáriodeCuiabá)

Redação

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