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MPE denúnciou Grampolândia e levou governo Taques às manchetes nacionais

O promotor de Justiça de Mato Grosso, Mauro Zaque, reafirmou em de nota antes de sua saída do governo em maio, que avisou o governador Pedro Taques (PSDB) que havia esquema de escuta telefônica no Governo do Estado centralizada no Comando Geral da Polícia Militar e que pediu exoneração do cargo porque nenhuma providência foi tomada. 

Após reportagem sobre o caso exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, na noite deste domingo (15/05), Mauro Zaque publicou no grupo de WahtsApp do Circuito Mato Grosso: "Tais atos constituem um atentado contra toda a sociedade, devem ser investigados em sua plenitude e responsabilizados os autores com todo rigor".

O promotor explicou que, enquanto Secretário de Estado de Segurança, tomou conhecimento da possível existência de grampos clandestinos sendo operados por agentes públicos ligados ao Executivo e que, a partir daí, promoveu uma uma checagem inicial e constatou que realmente autoridades, advogados, autônomos, políticos poderiam estar sendo vítimas desse esquema criminoso.

De posse da com documentação que comprovava, segundo Mauro Zaque, a existência da esculta, levou os fatos ao conhecimento do governador Pedro Taques no início de outubro de 2015, ao mesmo tempo em que solicitou a exoneração imediata dos possíveis envolvidos.

"Solicitar a exoneração daqueles possíveis envolvidos em uma situação criminosa gravíssima como essa, longe de se configurar extorsão, constitui dever de todo agente público", escreveu o promotor.

Ao perceber que o governador Pedro Taques não iria exonerar tais pessoas, decidiu então deixar o Governo e retornar ao Ministério Público. "Cumpri com o meu dever de secretário, de promotor e de cidadão. Não investiguei ou sequer acusei ninguém. Submeti à apreciação de sua Excelência o Procurador-Geral da República para as providências que entender pertinentes", relata.

Zaque afirmou, ainda que jamais se permitiria pactuar com "ações tão rasteiras, covardes e, por que não dizer, criminosas (grampear advogados, políticos, etc…)".

E segue: "Finalmente, tais atos constituem um atentado contra toda a sociedade, devem ser investigados em sua plenitude e responsabilizados os autores com todo rigor. Este é um momento sombrio que manchará para sempre a história de Mato Grosso".

TAQUES NEGA

O governador Pedro Taques (PSDB) negou, em rede nacional, que tenha tido conhecimento da existência de suposta central de monitoramento telefônico ilegal na Polícia Militar de Mato Grosso, como apontado em investigação na Procuradoria Geral da República (PGR).

Durante reportagem especial do Fantástico, veiculada em maio pela Rede Globo, o governador afirmou que, ao contrário do que afirmado pelo ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), promotor de Justiça Mauro Zaque, ele só tomou conhecimento do possível esquema de arapongagem nesta semana, por meio da imprensa.

“[O promotor] não entregou [a denúncia] em minhas mãos. Esses fatos são gravíssimos e serão investigados. Esse protocolo nós já constatamos que existe o mesmo número e código de barra, que se trata de estradas. Eu não recebi essa documentação do promotor Mauro Zaque. Determinamos ao secretário da Sesp que tome as providências para investigar e processar”, disse ao Fantástico.

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Redação

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