Após a prisão do médico Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), na manhã de segunda-feira (25), o Ministério Público Estadual (MPE) fez um organograma, onde dez pessoas são citadas como membros da organização.
Na denúncia relativa à 4ª fase da Operação Sodoma, o MPE acusa o médico de ser o responsável por identificar possíveis empresas para participar do esquema de corrupção no Governo passado, além de atuar como arrecadador de parte da propina em nome de seu pai, Rodrigo também é suspeito de promover a lavagem de dinheiro para o grupo.
A promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco Silva, revelou que Rodrigo era o “longa manus” de Silval, ou seja, atuava como uma extensão do poder. A promotora apresentou ainda a ‘hierarquia rígida’ da ‘organização criminosa’, denunciando 17 pessoas por prática de corrupção.
Veja a função de cada um, segundo o MPE:
Silval Barbosa – citado como o líder, arrecadador de propina
Marcel Cursi – apontado como o operador intelectual
Pedro Nadaf – citado como integrante
Sílvio Correa – apontado como arrecadador e fiscal da propina
José de Jesus Nunes Cordeiro – citado como fonte de receita e que realizava fraudes em licitações
Rodrigo Barbosa – apontado como arrecadador da propina de seu pai
Chico Lima – dava o suporte jurídico e era o operador financeiro
Karla Cecília – apontada como operadora financeira
Cesar Zílio – citado como fonte de receita
Pedro Elias – citado como fonte de receita
Segundo a promotora Ana Cristina, em delação premiada, o ex-secretário de Estado de Administração, Cesar Zílio, afirmou que a cúpula era ocupada por Silval Barbosa (líder), Pedro Nadaf e Marcel Cursi.
A promotora cita que Zílio esclareceu que Marcel era o agente encarregado em “dar os ajustes legais para as ações que fugiam a normalidade”, na busca de vantagem indevida.
"Era acionado para buscar solução para arrumar dinheiro no interesse do grupo criminoso, tais como: elaboração de Decretos, LEIS, etc, com o propósito de 'camuflar' atos ilícitos realizados pela organização criminosa, dando-lhe aspecto de legalidade", relatou à promotora.
Segundo ela, Nadaf e Marcel eram próximos e mobilizados com frequência por Silval, para buscar soluções referentes a assuntos e questões ilícitas, enfrentadas ou executadas pela organização.
Presença no Paiaguás
Em sua delação premiada, o ex-secretário estadual de Administração, César Zílio, preso na segunda fase da operação, afirmou que, com muita frequência Rodrigo “se fazia presente no palácio do governo, no gabinete de seu pai, muitas vezes acompanhado por Pedro Elias [ex-secretário estadual de Administração, preso na terceira fase da operação]”.
A denúncia aponta ainda que Pedro Elias entrou para o grupo de Silval a convite de Rodrigo. Primeiro, atuou na campanha para o Governo do Estado em 2010.
Em fevereiro de 2011, foi nomeado assessor especial da Casa Civil, onde ficou até fevereiro de 2013, quando virou adjunto de Gestão de Gastos. Em janeiro de 2014, foi nomeado secretário estadual de Administração.
Em sua delação premiada, Pedro Elias contou que Rodrigo ocupava na suposta organização criminosa o mesmo grau hierárquico que Sílvio Correa, ex-chefe de Gabinete de Silval.
Segundo o MPE, eles mantinham "contato direto com Silval e, em nome do líder, repassavam aos demais membros ordens de ilícitos a serem executados".
Fonte: MidiaNews