O Ministério Público Estadual (MPE-MT) abriu inquérito civil para investigar dois policiais militares suspeitos de estarem supostamente envolvidos em um esquema de cobrança de propina para a não aplicação de multas de trânsito a motoristas infratores e a liberaração de veículos apreendidos em Várzea Grande.
Na portaria divulgada na última segunda-feira (20), o promotor de Justiça Deosdete Cruz Junior, da 1ª Promotoria Cível de Várzea Grande, instaurou o inquérito para apurar atos de improbidade administrativa supostamente cometidos por Celso das Neves Rodrigues e Maurício Alves da Guia.
A investigação cível, de acordo com o promotor, tem origem em ação penal que tramita na 11ª Vara Criminal da Justiça Militar.
Conforme a ação, os dois são suspeitos de cobrar para liberar veículos indevidamente e deixar de aplicar notificações de trânsito. Além de receber valores de empresas de guincho sob cada veículo apreendido.
Deosdete determinou ainda a investigação das pessoas que pagaram a propina para os policias.
Para a abertura da investigação o promotor solicitou os registros dos veículos aprendidos pelo 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM) entre agosto de 2015 e janeiro de 2016. O promotor também solicitou um relatório de liberação de veículos do mesmo período e o compartilhamento de provas sigilosas referente ao processo contra os militares.
"O objeto do presente procedimento consiste em apurar indícios de ato de improbidade administrativa decorrente de esquema de pagamento de vantagem indevida a poliliciais militares, em concurso com civis, para deixarem e aplicar notificações de trânsito e realizarem a liberação indevida de veículos apreendidos, bem como o recebimento de valores de empresa de guincho para cada veículo apreendido", diz trecho do inquérito.