Esportes

MPE abre inquérito para apurar falha “grosseira” em obra do VLT

 
A falha – uma diferença de 40 cm em dois pilares – pelo especialista em logística e transporte Luiz Miguel de Miranda, professor doutor do Departamento de Engenharia da UFMT, e condenada pelo Conselho Regional de Engenharia de Mato Grosso (CREA). O professor Luiz Miguel falou com exclusividade ao Circuito Mato Grosso sobre o risco que uma diferença de 40 cm pode representar numa obra. “Apenas 2 centímetros já seriam suficientes para descarrilhar um trem”, alertou o especialista, que trabalha há 40 anos com projetos e foi um dos fundadores da divisão de estudos e projetos do antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro.
 
Após várias tentativas de minimizar a falha de 40 cm apresentada em dois pilares do viaduto da UFMT, o Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande afirmou que a falha consiste em um erro exclusivamente de execução da obra, e não na realização do projeto.
 
O tiro, no entanto, parece ter saído pela culatra, já que o Crea-MT (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso) assegura que um erro de execução é ainda mais grave que um erro no projeto. De acordo com o coordenador da Câmara de Engenharia Civil do órgão, Jesuel Alves de Almeida, a postura do Consórcio pode ser ainda um esforço para esconder que a obra não tem um projeto executivo.
 
“É muito difícil que um engenheiro cometa um erro deste nível na execução, já que a medida de altura é um ponto básico na engenharia. Na verdade, esta declaração pode ser mesmo uma cortina de fumaça para o projeto. Esta obra ainda deve estar sendo trabalhada com o projeto-base apresentado na concorrência, e não com o projeto executivo, de fato”, pontua.
 
A declaração do Consórcio ainda levanta outros pontos bastante polêmicos, já que no certame foi exigido que os participantes tivessem a capacidade técnica de executar as obras – apresentando, inclusive, o acervo das empreiteiras, para garantir a experiência em obras semelhantes ou de mesma magnitude. Desta forma, abre-se o precedente para investigar se a empresa que está realizando as obras é a mesma que venceu o certame, já que o erro não seria aceitável a uma empresa experiente e, ainda, se houve falha na fiscalização das obras nas anotações básicas controladas pelos engenheiros responsáveis.
 
Sandra Carvalho – Da Editoria
 
Mayla Miranda – Da Redação
 
Foto: Pedro Alves
 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Esportes

Para embalar, Palmeiras vai manter esquema ofensivo fora de casa

  A derrota para o Penapolense no último fim de semana trouxe de volta a tensão que marcou o rebaixamento
Esportes

Santos e São Paulo na vila opõe Neymar e Ganso pela primeira vez

  Ganso trocou o Santos pelo São Paulo de forma polêmica, em setembro, e até aqui não fez grandes jogos