O Grupo Bandeirantes teve acesso com exclusividade ao parecer do MP (Ministério Público) que solicitou o desarquivamento da investigação sobre a morte de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo Boldrini. O IGP (Instituto Geral de Perícias) atestou que a carta de suicídio foi forjada, o que fez com o que processo da morte da mãe de Bernardo fosse reaberto no mês de maio.
O documento solicita que sejam ouvidas mais seis pessoas que estavam no consultório na data da morte de Odilaine. São elas: Olira Wantz, Atalíbio Schwabe e um dos filhos de Elemar Roque Follman.
Também foi pedido que fossem ouvidas as pessoas que ajudaram no socorro da vítima, no que diz respeito à localização do corpo e da arma de fogo: o sargento Silveira, o soldado Gomes e o tenente Mauro.
De acordo com Marlon Taborda, advogado que representa Jussara Uglione, avó de Bernardo, as novas diligências do caso já estão ocorrendo.
“Tomamos conhecimento para que essas diligências já estejam sendo realizadas, inclusive outras mais estão em curso na nossa investigação. Foi acatado pelo Poder Judiciário de Três Passos a realização de todos esses atos, inclusive o próprio magistrado quando lançou a decisão, ele exarou uma licenciação para ampliar da forma mais profunda possível a investigação, as circunstâncias e como ocorreu a morte de Odilaine”, explicou.
Por fim, foi solicitado, em razão da contradição em seus depoimentos, a acareação entre as testemunhas Rogério Luís da Silva e Arnaldo Hergssel, o “Boca”.
O documento do Ministério Público ainda lista os objetos apreendidos quando da investigação da morte da mãe de Bernardo, que foi depois arquivada.
Entre as apreensões estava um bilhete com a escrita “A Odi tá lá dentro” e um papel de escritório de advocacia com valores ao lado dos nomes de Odilaine e de Bernardo.
O advogado Marlon Taborda afirmou que trabalha com a hipótese de que esses objetos tenham sido colocados dentro da bolsa de Odilanine por outra pessoa. “Essa é uma das linhas de investigação e abordagem do fato que nós acreditamos que as autoridades policiais estejam abordando. Até porque existem provas técnicas que apontaram resultados diferentes quanto à autoria desse documento, do bilhete e eventuais documentos encontrados no interior da bolsa da Odilaine, se é que estavam no interior”.
A secretária da clínica de Leandro Boldrini, Andressa Wagner, foi apontada por peritos particulares como a autora da carta de suicídio supostamente deixada por Odilaine.
Entenda o caso
Bernardo Boldrini, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014. O corpo dele foi encontrado na noite do dia 14 do mesmo mês, em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de Três Passos, no interior do Rio Grande do Sul, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio.
O pai, Leandro Boldrini, foi denunciado como mentor do assassinato e a madrasta, apontada como a responsável por dar uma injeção letal no garoto.
Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta, admitiu que ajudou no crime e apontou o local onde a criança foi enterrada. Ela teria recebido a ajuda do irmão, Evandro, na hora de ocultar o cadáver.
Fonte: UOL