O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou o ex-marido e o filho da professora Cláudia Hartleben, de 47 anos, desaparecida há oito meses, por homicidio, ocultação de cadáver e feminicídio. A docente da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desapareceu em abril deste ano.
Cláudia foi vista pela última vez no dia 9 de abril. Ela lecionava biotecnologia na UFPel. No dia do desaparecimento, ela teria jantado com uma amiga e ido para casa logo após as 23h. Na casa não havia sinais de arrombamento ou marcas de sangue. Até agora, ninguém foi preso.
Segundo o autor da denúncia, promotor José Olavo Passos, nesta semana o filho e o ex-marido de Cláudia se recusaram a fazer o teste do polígrafo, conhecido como detector de mentiras. No entanto, ele garante que há provas da perícia que indicam a autoria do crime por parte dos denunciados. Por enquanto, não vai ser feito nenhum pedido de prisão.
"A materialidade está demonstrada no nosso entender pela ocultação de cadáver e a possibilidade de não localizar o cadáver pelo tempo que a vítima sumiu sem nem ter nenhuma característica de que fosse sumir", diz o autor da denúncia, promotor José Olavo Passos. "Já existem vários antecedentes de delitos dessa natureza, na jurisprudencia, na doutrina brasileira", acrescentou.
Os advogados do filho e do ex-marido de Claudia disserem ter se surpreendido com a informação. Ambos acreditam que o juiz não irá receber a denuncia por falta de elementos. Eles afirmaram ainda que o fato do promotor não ter pedido a prisão já esclarece a falta de indícios.
Durante as investigações, a Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Pelotas analisou mais de 85 horas de imagens captadas por câmeras de segurança que estavam no trajeto que a professora fez até em casa, ouviu testemunhas e realizou mandados de busca e apreensão. Até mesmo um retrato falado de um possível sequestrador foi divulgado. O caso está sendo acompanhado também pelo Ministério Público. A investigação segue em segredo de justiça.
Fonte: G1