Mozarildo sugeriu que o presidente do Senado, José Sarney, articule com a Câmara dos Deputados a criação de uma comissão para estudar as propostas relacionadas ao setor, em sintonia com o Ministério da Saúde e mesmo com o Judiciário
– [É preciso] aprovar uma lei que possa ser chamada de Estatuto da Saúde para poder salvar o SUS [Sistema Único de Saúde] – afirmou.
O programa mostrou como funcionam os esquemas para fraudar licitações na saúde pública, feito entre empresas fornecedoras e funcionários públicos, com cobrança de propinas de 10% a 20% do valor do contrato firmado. Mozarildo Cavalcanti expressou frustração e tristeza com a corrupção no setor, não só no Rio de Janeiro, mas em todo o país, e pediu além da mudança nas leis, uma investigação profunda, com formação de uma força tarefa envolvendo entre Ministério Público, tribunais de contas e Polícia Federal, para passar “um pente fino na questão da saúde”.
Segundo disse o senador, quando se discutia a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado, em 2007, ele já afirmava que o problema da Saúde não era a falta de dinheiro, mas sim a “falta de vergonha na cara” e a má administração de recursos.
– A pessoa que rouba, qualquer que seja o roubo, comete um grande crime, mas o que rouba dinheiro da saúde pública comete crime hediondo, pois a tira vida das pessoas, tira a oportunidade de terem uma consulta, um remédio, e são justamente as pessoas mais pobres – lamentou.
Em aparte, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), elogiou o trabalho de denúncia da reportagem e afirmou que a presidente Dilma Rousseff vem combatendo os malfeitos na administração pública.
Agência Senado